Desta vez vão ser 12 contra 12. E no fim quem ganha? - TVI

Desta vez vão ser 12 contra 12. E no fim quem ganha?

Tudo o que precisa de saber antes da noitada do próximo domingo

Nota prévia: O título deste artigo é uma falácia. No futebol americano também se joga com equipas de onze jogadores.

De todas as (quase) incontáveis diferenças entre o futebol «europeu» e o futebol americano, o número de jogadores em campo não é uma delas. Em qualquer jogada do encontro, são onze os jogadores de cada lado. Aliás, essa talvez seja mesmo a única coisa em comum (para além do nome futebol) entre os dois desportos.

Este domingo à noite (ou, melhor, já madrugada de 2ª feira adentro, pelo horário português) assim será entre os New England Patriots e os Seattle Seahawks, as equipas que jogam a final da NFL, conhecida como Super Bowl. No estádio da Universidade de Arizona em Phoenix, a casa dos Arizona Cardinals, outra equipa da liga de futebol americano serão onze contra onze, em uma hora de jogo efetivo e sensivelmente três horas (talvez mais) de espetáculo ao todo. É garantido: com muitas paragens entre quase todas as jogadas e até um miniconcerto de Katy Perry, no intervalo principal da final.



Tudo é feito para que o Super Bowl seja o principal acontecimento desportivo da América, todos os anos. E voltará a ser uma vez mais, de certeza. Quando, no título, dissemos que nesta final «serão 12 contra 12», a falácia tinha uma intenção: realçar os pontos mais fortes da cada uma das equipas finalistas.

12 é o número da camisola de Tom Brady, superestrela dos Patriots de New England, que está em busca do quarto anel de campeão da NFL, igualando os melhores quarterbacks de sempre – Joe Montana e Terry Bradshaw, já retirados.



Brady, também conhecido por ser marido da supermodelo brasileira Gisele Bündchen, pode alcançar em Phoenix essa marca histórica frente aos atuais campeões Seahawks de Seattle, a equipa que pretende quebrar a chamada «maldição do campeão» - a incapacidade de revalidar o título em épocas consecutivas. A última vez que uma equipa foi bicampeã da NFL aconteceu em 2004 e 2005, proeza conseguida precisamente pelos Patriots.

12 é também o número principal na equipa de Seattle mas não entra em campo. A camisola 12 foi retirada para sempre pelo presidente da organização Mike McCormak em 1984, precisamente para que fossem os adeptos os únicos a usá-la. Foi a forma de homenagear o «12º Homem» ( «The 12th Man»), o nome dado à massa adepta dos Seahawks, a mais ruidosa da NFL - sim, está documentado oficialmente. O envolvimento de toda a cidade de Seattle com a sua equipa de futebol americano é impressionante e é, sem dúvida, o seu ponto mais forte.

Mas os títulos são ganhos por quem pisa o campo e se Tom Brady é o maior trunfo dos Patriots, deve muito a Bill Belichick, o mítico treinador (carrancudo, mal humorado mas... eficaz) da equipa de Foxborough (arredores de Boston), Massachusetts.

Rob Gronkowski no ataque e Darrelle Revis na defesa, são também nomes de peso nos Patriots, equipa que chega ao Super Bowl envolta em polémica, com o muito falado caso Deflategate, com a NFL a descobrir onze das doze bolas de jogo que os Patriots tinham na sua área técnica na meia-final com os Indianapolis Colts com menos ar do que o permitido pelos regulamentos. Bolas com menos ar são mais fáceis de transportar em velocidade, de lançar e de agarrar numa receção em profundidade. A equipa, claro, negou todas as alegações de «erro» deliberado.



Do outro lado, mais do que apenas uma figura de proa há um trio que lidera a equipa orientada por Pete Carroll - o oposto do colega de profissão Bill Belichick em humor mas igualmente eficaz. Russell Wilson é o quarterback, Richard Sherman um dos melhores defesas da liga e, no ataque, Marshawn Lynch é a «besta» (como lhe chamam, «carinhosamente», na NFL) que irrompe por qualquer muralha defensiva com a bola na mão e a força natural de um dos mais poderosos atletas que se conhecem no desporto mundial.

Se decidir fazer noitada (eu meti folga para o dia seguinte, confesso) para ver o Super Bowl, fique a saber que será um em muitos milhões em cerca de 200 países a fazer o mesmo. Não há dados concretos nas audiências televisivas globais mas nos Estados Unidos a final de 2014, entre os Seattle Seahawks e os Denver Broncos, foi vista por uns módicos 111.5 milhões de espectadores, quebrando todos os recordes existentes (e até foi um jogo de fraca qualidade, decidido muito cedo).



São muitos milhões de olhos postos em aparelhos de televisão, de facto. E é por isso que o espaço publicitário norte-americano atinge o seu pico máximo nesta ocasião, todos os anos. As marcas não se poupam a esforços - nem despesas! - para fazer os melhores anúncios do ano. Muitos até já foram lançados na internet para começar a captar mercado mais cedo ou preparar terreno para outros que estrearão no dia 1 de fevereiro. Para saber do que estamos a falar, basta ir ao YouTube e pesquisar, por exemplo «Super Bowl Commercial 2015». Se gosta de publicidade... avance! Vai ser feliz!

Como vê, de futebol americano até nem se falou muito neste artigo. Porque o futebol americano é isso mesmo: um espetáculo muito para lá do jogo jogado, que geralmente irrita os portugueses por ter demasiadas paragens, ao contrário do «nosso» futebol. Se decidiu assistir ao Super Bowl e tem boa capacidade de recuperar horas de sono perdidas, o espetáculo começa por volta das 23:30 ainda na noite de domingo e terminará lá para as 3:30 de 2ª feira.
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