Ivo Vieira: «Vou optar por falar de futebol, é para isso que sou pago» - TVI

Ivo Vieira: «Vou optar por falar de futebol, é para isso que sou pago»

Ivo Vieira

Treinador do V. Guimarães numa longa avaliação sobre o futebol português após derrota com o FC Porto

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Declarações do treinador do V. Guimarães, Ivo Vieira, à SportTV, após a derrota ante o FC Porto, por 2-1, em Braga, em jogo da meia-final da Taça da Liga:

«Nunca tive a cabeça quente, às vezes é difícil para vós diferenciar o que é viver o jogo, ter a cabeça quente ou estar alterado. Viver o jogo é aquilo que se gosta, é a minha forma de estar, independentemente do que possa ser o meu sentimento, o querer ganhar ou não. O Vitória mostrou que é grande, grande em massa, o FC Porto também é uma instituição grandiosa, o Vitória também está no mesmo patamar e viu-se no que foi o jogo e no apoio à equipa. Isso apraz-me referir. Salutar o comportamento dos adeptos no apoio, obviamente que queríamos dar mais, lutámos para que acontecesse. Não aconteceu, passou o FC Porto, infelizmente para nós.»

«Houve vários momentos-chave. Jogo competitivo, duas equipas com qualidade, a querer ganhar. Agora, após fazermos um golo, não podemos, no minuto a seguir, levar. Nós somos grandes, mas temos de crescer para ser maiores ainda dentro de campo na abordagem ao jogo. Faltou algum discernimento, concentração, obviamente assumido por mim, oriento a equipa nesse sentido, mas tem de haver mais algum nervo num lance daqueles. Há mérito de quem chuta, mas tínhamos de ser competentes para não trazer o FC Porto novamente para o jogo. Aí, provavelmente nós, em transição e o FC Porto à procurar do empate, podíamos tirar vantagem no jogo. Não fomos capazes de suster o 1-0 e consentimos o 1-1.»

[Impressão do golo anulado:] «Gosto de falar sobre futebol. Deve falar-se cada vez mais de futebol. Há muito programa, com todo o respeito, que fala sobre a polémica, sobre o que não é o jogo e privilegia-se pouco o futebol. Vou optar por falar de futebol, é para isso que sou pago, é isso que defendo, é nisso que acredito, vou tentar manter esta postura até onde der e enquanto puder, o árbitro é livre de decidir o que quer, tenho é de preparar a equipa para ser competitiva.»

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«Não sei com quem é que ainda não jogámos olhos nos olhos. Houve jogos menos conseguidos, que estivemos aquém do que podemos fazer, mas muitos deles estivemos a um nível muito bom. Os resultados muitas vezes não se refletiram no que a equipa fez. A equipa trabalhou bastante para ter um resultado diferente. Passou o FC Porto, mas temos de focar no trabalho, lutar pelo futebol português, estamos um bocadinho aquém também, vocês são responsáveis, nós treinadores, nós dirigentes também e temos de fazer mais em prol do jogo e menos da polémica.»

[O que mudava no futebol português:] «Não mudava, pedia para que tivessem uma mentalidade diferente. Não sei mais que os outros, eu aprendo é muito com os outros, mas há uma coisa que é um dado adquirido. Quando não tiver esta postura, provavelmente não estou a treinar nem vou ser treinador de futebol. Quero ser assim. Não quero ser diferente ou melhor que os outros, tenho é de lutar para acrescentar qualquer coisa. Há muita gente, muitos treinadores com qualidade em Portugal a defender qualidade de jogo e exemplo disso é a exportação de treinadores portugueses pelo mundo. Penso que todos esses treinadores acrescentam qualquer coisa como eu tento. Tudo que rodeia os treinadores, clubes, devem acrescentar e devem lutar pela dignidade e qualidade do futebol, acho que vamos ser maiores para dar respostas a nível internacional, mais competitivas e somar mais pontos para o objetivo do futebol português, meter equipas nas competições europeias o mais possível.»

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