Festa, pressão e o que esperar da última barreira antes do Jamor - TVI

Festa, pressão e o que esperar da última barreira antes do Jamor

Académico Viseu-FC Porto

Ac. Viseu continuou a fazer história frente ao FC Porto, Famalicão levou o Benfica ao último suspiro. Faltam dois jogos para decidir as meias-finais da Taça de Portugal, com as probabilidades do lado dos favoritos do costume

O Académico Viseu continuou a fazer história, arrancou um empate ao FC Porto na sua estreia na meia-final da Taça de Portugal, a festa foi à altura do momento e já ninguém lha tira. O Famalicão voltou a mostrar na Luz a qualidade que se traduz numa época notável, obrigou o Benfica a abdicar de poupar jogadores de olho no Clássico de sábado com o FC Porto, e só perdeu no último suspiro. Agora há uma semana pela frente para alimentar a expectativa, com o Benfica em vantagem e o FC Porto a decidir em casa, ambos com as probabilidades do seu lado para a última barreira antes do Jamor.

O empate no Fontelo, ainda que frente a um FC Porto que rodou boa parte da equipa – o Clássico, lá está -, é um marco para o Académico, que apenas por uma vez até aqui não tinha perdido com os «dragões», já lá vão mais de 30 anos. E permite continuar a alimentar o sonho de chegar ao Jamor e tornar-se apenas a sétima equipa de um escalão secundário a conseguir jogar a final da Taça. Não acontece desde 2009/10, quando o Desp. Chaves, então também na II Liga, perdeu para o FC Porto. Antes disso tinha conseguido a proeza o Leixões em 2001/02, até hoje a única equipa do terceiro escalão na final. E ainda antes o Farense, em 1990, o V. Setúbal por duas vezes, em 1942/43 e 1961/62, e o Estoril, em 1943/44.

Falta a decisão no Dragão, na próxima quarta-feira, com o FC Porto pressionado para evitar um enorme embaraço e escapar à eliminação perante uma equipa de escalão inferior, o que não lhe acontece desde 2006/07, quando caiu logo na quarta eliminatória frente ao Atlético. Aliás, essa tinha sido a última temporada em que os chamados «grandes» tinham caído perante equipas que não jogavam na Liga – o Benfica foi também afastado nos oitavos pelo Varzim – até à eliminação do Sporting esta época, frente ao Alverca.

Quatro reviravoltas nas «meias», mas só entre «grandes»

Desde 2008/09, quando as meias-finais da Taça de Portugal passaram a jogar-se a duas mãos, é a primeira vez em oito presenças que o FC Porto empata o primeiro jogo. Na única vez que não o venceu, acabou por passar a eliminatória: em 2010/11, quando o Benfica foi ganhar ao Dragão por 2-0, mas o FC Porto de André Villas-Boas deu a volta na Luz, com uma vitória por 3-1 duas semanas depois de ter festejado também o título de campeão em casa do rival. Neste período foi apenas eliminado duas vezes, ambas depois de vencer a primeira eliminatória em casa, com o Sporting em 2017/18 e com o Benfica em 2013/14.

Os empates na primeira mão da meia-final, desde 2008, também não têm sido frequentes. Aconteceram apenas por quatro vezes, sem uma tendência definida. O Sporting, em 2014/15, e o Rio Ave, na época anterior, apuraram-se depois de terem empatado fora a primeira mão, respetivamente frente a Nacional e Sp. Braga. Antes disso, os «leões» também levaram a melhor sobre o Nacional, em 2011/12, depois de um 2-2 em Alvalade, e em 2008/09 o Paços afastou igualmente o Nacional após um 2-2 na Mata Real.

Houve ao todo neste período apenas quatro reviravoltas nas meias-finais, e aconteceram sempre entre os «grandes»: a última foi na época passada, quando o Benfica venceu o Sporting por 2-1 na Luz, mas os «leões» levaram a melhor com o 1-0 de Alvalade. Bruno Lage lembrou essa eliminação na antevisão do jogo com o Famalicão, uma referência que ganha ainda mais atualidade depois da vitória tangencial desta terça-feira na Luz. Serve de aviso ao Benfica para a decisão da próxima semana, mas não é caso único. Em seis presenças anteriores nas meias-finais neste formato, as águias têm ainda como exemplo a memória da eliminação de 2010/11, frente ao FC Porto, depois de vencerem a primeira mão. E pode servir de inspiração para o Famalicão, que precisa de voltar a superar-se para dar a volta à eliminatória e repetir aquilo que só conseguiu uma vez, em 1992/93: vencer o Benfica.

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