Leão perde mais sem Jefferson do que sem Nani - TVI

Leão perde mais sem Jefferson do que sem Nani

Sporting-Gil Vicente (LUSA/ Mário Cruz)

Leões recuperam lateral e perdem extremo para o primeiro jogo da meia-final da Taça de Portugal com o Nacional.

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O Nacional-Sporting desta quinta-feira marca o arranque da primeira mão da meia-final da Taça de Portugal, que só será retomada em abril, com o jogo de Alvalade e os embates entre Sp. Braga e Rio Ave. No Estádio da Madeira, frente ao Nacional, os leões atacam a única competição em que guardam aspirações legítimas de conquista, depois de, na última semana, se terem despedido das competições europeias e de terem hipotecado de forma significativa as pretensões de lutar pelo título na Liga.

Jefferson, depois do desentendimento com Bruno de Carvalho, ficou privado de dar o seu contributo à equipa nos decisivos jogos com o Wolfsburgo (0-0) e com o FC Porto (0-3), mas, depois de pedir desculpa, está de volta às opções de Marco Silva. Por outros lado, o técnico perde Nani, que acusou o esforço físico nesses últimos jogos e falha a deslocação à Madeira.

O Maisfutebol foi ver o peso dos dois jogadores na equipa e os números, apenas com base nos resultados, dizem que o lateral pode ser mais imprescindível do que o extremo. Sem Nani, os leões consentiram apenas uma derrota e dois empates em todas as competições. Já sem Jefferson, a equipa de Alvalade soma cinco derrotas e três empates.



Vamos aos números, puros e duros. Dos 39 jogos oficiais que os leões realizaram esta temporada, cortamos desde logo os quatro jogos da Taça da Liga, uma vez que o Sporting, por opção, jogou sempre com uma equipa secundária. Nem Nani, nem Jefferson somaram um único minuto nesta prova.

Os números da Taça de Portugal também são pouco significativos nestas contas. Jefferson nunca foi utilizado nos quatro jogos que os leões realizaram até às meias-finais, enquanto Nani jogou apenas no último, na vitória sobre o FC Porto (3-1) em pleno Estádio do Dragão. Nesta competição, sem o lateral, nem o extremo, os leões passaram ainda, com maior ou menor dificuldade, pelo Sp Espinho (5-0), Vizela (3-2) e Famalicão (4-0).



Jefferson nunca perdeu na Champions

As contas na Europa já dizem mais sobre o peso dos dois jogadores em análise na equipa, olhando apenas para os resultados. Na Liga dos Campeões, a ausência de Nani notou-se apenas no último jogo com o Chelsea (1-3), mas a ausência do lateral resultou nas três derrotas que os leões averbaram na liga milionária, duas com o Chelsea (0-1 e 1-3) e uma com Schalke (3-4).

Já na Liga Europa, nos dois jogos com o Wolfsburgo, Nani foi utilizados nos 180 minutos, mas o lateral, já depois do desentendimento com Bruno de Carvalho, falhou o empate em Alvalade no adeus à Europa.



Vitória na Choupana sem Nani...nem Jefferson

As contas na Liga são as mais significativas, por mais que não seja, por ser a competição com mais jogos. Dos 23 disputados até ao momento, Nani falhou apenas quatro, dos quais resultaram dois resultados negativos para os leões. O primeiro, logo na primeira ronda, em Coimbra, diante da Académica (1-1). O segundo diante do Moreirense (1-1), em Alvalade, à 13ª jornada.

Na ronda seguinte, os leões foram precisamente à Choupana e venceram o Nacional com um golo solitário de Carlos Mané que rendeu Nani nesse jogo, com o mesmo palco e o mesmo adversário da meia-final. Dessa vez, o extremo não foi convocado, enquanto Jefferson ficou no banco a ver Jonathan Silva jogar.

O quarto jogo sem Nani, foi na visita a Arouca, na 19ª ronda, que acabou com um triunfo do Sporting por 3-1.

Cinco derrotas com Nani, apenas uma com Jefferson

O lateral falhou mais jogos do que o extremo na liga. Por curiosidade, falhou os mesmos três do que Nani – Moreirense, Nacional e Arouca - e ainda mais seis. Nove rondas sem calçar que se explicam pela alternância que Marco Silva tem promovido naquela posição com Jonathan Silva. Nestes nove jogos sem o lateral brasileiro, os leões somaram os dois maiores desaires da época - 0-3 em Guimarães e 0-3 no Dragão – e ainda dois empates em casa, o já referido com o Moreirense (1-1) e ainda o primeiro jogo com o FC Porto (1-1).



Tudo somado, nas sete derrotas que o Sporting já consentiu esta época [duas na Liga, três na Liga dos Campeões, uma na Taça da Liga e uma na Liga Europa), Nani participou em cinco, enquanto Jefferson esteve apenas numa (0-2 em Wolfsburgo).

Nacional a tentar inverter a história

Do lado do Nacional, o jogo desta quinta-feira é a oportunidade para começar a inverter uma história antiga. A terceira presença nas meias-finais no historial do clube madeirense segue-se a dois insucessos, registados na temporada 2008/09, com o Paços de Ferreira – era Manuel Machado o treinador – e em 2011/12, diante do Sporting – com Pedro Caixinha no comando dos alvinegros.

Num caso e noutro, curiosamente, os nacionalistas jogaram primeiro fora, e conseguiram resultados positivos na primeira mão, acabando por deixar fugir a ida ao Jamor no segundo jogo, em casa. Em 2009, empataram 2-2 em Paços de Ferreira, depois de terem estado em vantagem (2-1), mas perderam no segundo jogo, em casa (2-3) com a derrota a chegar através de uma grande penalidade no último minuto



Na segunda meia-final, em 2012, a amargura dos madeirenses foi ainda mais acentuada: na primeira mão, em Alvalade, estiveram a ganhar 2-0 até 15 minutos do final, antes de permitirem a reação leonina até ao 2-2. O resultado dava vantagem à equipa de Pedro Caixinha que no entanto, no segundo jogo, na Choupana, em fevereiro de 2012, caiu (1-3) com golos de Van Wolfswinkel e João Pereira nos últimos minutos.

À terceira meia-final, esta é a primeira vez que o Nacional joga a primeira mão em casa, mas para conseguir ir a Alvalade com alguma confiança precisa de vencer o Sporting, algo que nunca conseguiu fazer em anteriores embates de Taça: em cinco jogos, registam-se dois empates e três vitórias dos leões. Se alargarmos a pesquisa a todas as competições, então registam-se quatro triunfos nacionalistas, para 22 dos leões e mais 12 empates. A última vez que o Nacional bateu os leões aconteceu em 2011, na Choupana, com um golo solitário de Mateus. João Aurélio e Rui Patrício são os únicos resistentes desse tempo a permanecer nas respetivas equipas.

No que diz respeito a treinadores, de referir que esta é também a terceira meia-final da Taça na carreira de Manuel Machado: além da eliminação diante do Paços, em 2009, regista-se também o sucesso diante da Académica, em 2010/11, quando comandava o V. Guimarães. Os vimaranenses acabariam por ser batidos pelo FC Porto na final (2-6). Quanto a Marco Silva, está a assinar o melhor desempenho na Taça do seu curto percurso de técnico – tinha chegado aos quartos de final com o Estoril, na época passada.

O histórico de confrontos entre os dois técnicos é ligeiramente favorável ao comandante dos leões, que diante de equipas de Manuel Machado venceu três jogos e perdeu dois, registando-se ainda um empate.
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