O Sporting venceu este sábado em Viseu o Lusitano de Vildemoinhos (4-1) e garantiu a passagem à 5.ª eliminatória da Taça de Portugal, naquela que foi a estreia de Marcel Keizer no banco. O holandês teve por isso o primeiro jogo, e a primeira vitória.
Os leões estiveram apagados na primeira parte, marcaram e consentiram um golo histórico ao Lusitano dois minutos depois, saindo para o intervalo como entraram no jogo: com um empate. No segundo tempo, porém, o Sporting resolveu com três golos em nove minutos.
Mas por partes.
Antes de mais convém dizer que foi uma tarde histórica e de grande festa no Estádio do Fontelo, em Viseu. Estiveram, aliás, mais de sete mil espectadores nas bancadas, para este jogo inédito entre Lusitano de Vildemoinhos e Sporting.
Confira a ficha de jogo e o relato ao minuto
Os viseenses entraram decididos a surpreender os leões e nos primeiros sete minutos criaram duas oportunidades claras de golo. Na primeira, Diogo Braz aproveitou uma fífia de Mathieu para se isolar, mas rematou por cima da baliza defendida por Renan. A segunda teve como protagonista Nuno Rodrigues, que galgou terreno e rematou forte, à entrada da área, para defesa apertada do guardião leonino.
O Sporting demorou acordar, até porque era lento na transição ofensiva e não conseguia entrar com perigo no último terço adversário. Só aos 11 minutos – e de bola parada – é que os leões chegaram com perigo à baliza do Lusitano, num pontapé de canto cobrado por Jefferson, ao qual Bas Dost, de cabeça, não deu o melhor seguimento.
O brasileiro Wendel foi a grande surpresa no onze leonino e assumiu a batuta no miolo do terreno, com Bruno Fernandes um pouco mais recuado no apoio a Gudelj.
O trio tentava progredir no terreno com passes curtos, mas a boa organização e pressão do Lusitano dificultava a tarefa aos verdes e brancos, que com o avançar do relógio foram tomando conta da partida e ficaram a pedir grande penalidade sobre Bruno Gaspar, aos 22 minutos: o árbitro mandou jogar.
O Lusitano tentava suster a pressão leonina em busca do golo e o guardião Ruca foi chamado a intervir aos 26 minutos, em dose dupla, travando o remate de Bruno Fernandes e resolvendo, depois, a recarga de Nani.
Wendel destacava-se na equipa do Sporting e ameaçou o golo com dois remates potentes, de fora da área (28 e 34m), que passaram a centímetros da trave dos trambelos. Pelo meio, os leões voltaram a reclamar um penálti, protestando um puxão de camisola a Bas Dost, mas mais uma vez o juiz António Nobre nada assinalou.
Aos 38 minutos, falhanço incrível de Bruno Fernandes. Diaby arrancou pela direita, cruzou rasteiro e Ruca, na tentativa de resolver o lance, deixou a bola à medida do médio português, que acabou por rematar da marca de penálti muito por cima.
O Sporting ameaçava chegar ao primeiro golo e conseguiu mesmo fazê-lo aos 42 minutos. Jefferson, na esquerda, cruzou rasteiro, Ruca falhou a interceção e a bola foi ter com Bas Dost. Ao segundo poste, já em queda, o holandês só teve de encostar para o fundo das redes e abrir o ativo na tarde fria e chuvosa do Fontelo.
O golo dos leões deu origem à primeira grande explosão de alegria nas bancadas, por parte dos adeptos do Sporting, mas a festa verde e branca iria durar apenas alguns segundos. O Lusitano já tinha criado problemas ao lado esquerdo da defesa do Sporting e foi precisamente aí que nasceu o golo do empate da equipa de Rogério Sousa: Nuno Rodrigues recuperou a bola e cruzou para o coração da área, onde apareceu Diogo Braz, completamente solto, a cabecear para o golo que levou à loucura o Estádio do Fontelo e vai certamente ficar na história do emblema de Vildemoinhos
Ao contrário da primeira parte, o Sporting entrou melhor na etapa complementar, mostrando maior e melhor dinâmica ofensiva e remetendo o Lusitano para o meio campo defensivo. Apesar do claro ascendente leonino no segundo tempo, a muralha viseense só desmoronou aos 64 minutos, com o golo que devolveu a vantagem ao Sporting: Bruno Fernandes combinou com Bas Dost à entrada da área e rematou, de pé esquerdo, para o fundo das redes.
Começava aqui um período de nove minutos avassaladores dos leões, no qual conseguiram marcar três golos e resolver a eliminatória.
Wendel foi figura: os destaques da vitória do Sporting
Bas Dost (71m) bisou na partida e teve o mesmo assistente do 1-0 (Jefferson) para, desta feita, ampliar para 3-1, que deitava por terra a esperança dos viseenses em poderem ainda lutar pela eliminatória.
No minuto seguinte foi Diaby, completamente solto, ao segundo poste, a desviar para o 4-1, após bela jogada de envolvimento coletivo dos leões.
O Lusitano caiu muito de rendimento na segunda parte e não foi capaz de inverter a supremacia dos leões após o intervalo, mas podia ter voltado a festejar, já em período de descontos, quando Klysman, sozinho e na cara de Renan, rematou para a bancada.
Apesar do resultado pesado, o Lusitano cai de pé na Taça de Portugal e ninguém pode apagar a história que os trambelos e viseenses já escreveram nesta prova rainha. Já o Sporting, demorou a colocar em campo todo o seu favoritismo, mas fez uma segunda parte de alto nível e resolveu a eliminatória a seu favor.
Veja o resumo do jogo: