Isaltino Morais não prolonga contrato entre Tagus Park e Figo - TVI

Isaltino Morais não prolonga contrato entre Tagus Park e Figo

Figo

Presidente da câmara de Oeiras, accionistas do Tagus Park, considera montante «excessivo»

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O presidente da câmara de Oeiras, accionista do Tagus Park, não vai prolongar o contrato entre aquele parque e o futebolista Luís Figo, por mais dois anos e um total de 750 mil euros, por considerar que seria «excessivo», informa a Lusa.

Em declarações aos jornalistas no fim de uma reunião entre o conselho executivo do Tagus Parque, que decorreu hoje nos Paços do Concelho, o autarca Isaltino Morais explicou que conhecia o contrato de 350 mil euros assinado entre o Tagus Park e Luís Figo para promover o pólo, previsto para um ano, mas que «não era do seu conhecimento que esse contrato era de 750 mil euros».

Perante o total de 750 mil euros para o uso da imagem do futebolista na divulgação daquele pólo tecnológico, o autarca considerou o montante «excessivo», acrescentando que, «dado que o contrato prevê uma rescisão unilateral, não faz sentido o prolongamento além de um ano».

«[Na reunião] Foi-me explicado [pelo presidente do Tagus Park, Américo Thomati] que se trataria de um contrato plurianual em que a imagem do Luís Figo seria utilizado por três anos. No primeiro ano seriam pagos 350 mil euros e 200 mil euros no segundo e terceiro anos», disse Isaltino Morais.

A autarquia de Oeiras teve conhecimento deste montante contratual entre Luís Figo e o Tagus Park através de notícias veiculadas pela comunicação social com base em escutas telefónicas no âmbito do processo Face Oculta, segundo as quais a Portugal Telecom (PT) e o Taguspark terão dado contrapartidas, por intermédio do ex-administrador da PT Rui Pedro Soares (que se demitiu das funções) e Luís Figo, para este apoiar a campanha de José Sócrates a primeiro ministro, nas legislativas de setembro de 2009.

Questionado sobre se este contrato serviu ou não para pagar a participação do ex-futebolista na campanha de Sócrates, Isaltino Morais afirmou que «foram dadas garantias» de que isso não aconteceu, acrescentando que «nem foi preciso perguntar», já que a comissão executiva foi «muito clara ao expor os contornos do contrato e o objceto é, de facto, a promoção do Tagus Park».

Ainda assim, o autarca mostrou-se «preocupado» com o possível uso partidário da empresa e com a sua associação ao caso Face Oculta. «A Câmara de Oeiras vai fazer tudo para que não haja partidarização do Tagus Park. É mau se o pólo se transformar em mais uma empresa pública para acolher os boys daqui ou de além», garantiu, acrescentando que a autarquia «vai criar condições para que haja garantias de legalidade e transparência em todos os actos da administração».

Outra das preocupações da autarquia é a eficácia do contrato. «O que é agora fundamental é que este contrato seja operacionalizado através de um plano de comunicação. Desenvolvido esse plano da forma como me foi referido, através de um filme que já foi feito [publicado no website oficial do Tagus Park na passada quinta feira], divulgado nos meios de comunicação e internacionalmente, parece-me que será eficaz».

O presidente da Câmara de Oeiras convocou uma assembleia municipal dos acionistas daquele pólo tecnológico, na última semana de Março e primeira de Abril, para que seja apresentado o plano de comunicação.
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