Alunos do secundário criam luva que ajuda socorristas a medir sinais vitais - TVI

Alunos do secundário criam luva que ajuda socorristas a medir sinais vitais

  • ALM com Lusa
  • 2 jun 2017, 17:22
Ciência

Objeto incorpora vários sensores, como oxímetro (mede a percentagem do oxigénio no sangue), termómetro, medidor de frequência cardíaca e uma luz para verificar a dilatação pupilar

Uma luva criada por alunos do secundário que ajuda socorristas a medir os sinais vitais, sem recorrer a outros equipamentos, foi um dos projetos apresentados hoje na 11.ª Mostra Nacional de Ciência, a decorrer na Alfândega do Porto.

A luva, resultante do projeto 'Fingermed', desenvolvido pelos alunos Inês Fortunato, Pedro Almeida e Mariana Guedes, da Escola Secundária da Azambuja, em Lisboa, incorpora vários sensores, como oxímetro (mede a percentagem do oxigénio no sangue), termómetro, medidor de frequência cardíaca e uma luz para verificar a dilatação pupilar.

Cada vez mais é necessário melhorar a eficiência dos serviços médicos de emergência prestados a doentes, nomeadamente numa realidade onde as catástrofes naturais e os acidentes têm aumentado a sua intensidade, frequência e danos causados", indicaram os responsáveis pelo projeto.

Esta luva pode ser uma das soluções para aumentar a "eficiência, a rapidez e a qualidade" dos serviços de socorrismo, visto que "dispensa o socorrista de levar equipamentos consigo", chegando, assim, "mais rapidamente ao local", referiram os alunos.

O dispositivo pode ser também utilizado para uso doméstico, no caso de doentes que necessitem ser monitorizados constantemente, tendo assim as suas medições em dia.

A Mostra Nacional de Ciência é uma iniciativa organizada pela Fundação da Juventude, com o apoio da Ciência Viva - Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, entidade responsável pela escolha do júri que avalia os 100 trabalhos escolhidos durante a 25.ª edição do concurso de Jovens Cientistas.

Na opinião da docente Rita Rocha, do Colégio Luso-Francês, do Porto, eventos como a Mostra Nacional de Ciência ajudam os alunos a "sair das paredes das escolas, a comunicar e a cooperar entre si".

A trabalhar há mais de 15 anos na área de desenvolvimento de projetos com alunos do 12.º ano, a docente acredita que este tipo de iniciativa ensina ainda os alunos a entender o que é a interdisciplinaridade e "que o erro tem que existir como um motor de evolução".

Do ponto de vista metodológico, este evento serve para "quebrar com um tipo de ensino mais padronizado, que existe normalmente nas escolas", referiu, acrescentando que é também importante para ajudar os alunos nas escolhas das áreas que querem seguir no ensino superior.

Para o professor de Geologia Rui Duarte, da Escola Secundária de Amato Lusitano, de Castelo Branco, também presente na mostra, iniciativas deste género auxiliam os alunos a chegar ao ensino superior com um conjunto de conhecimentos práticos relativos ao aspeto formal dos trabalhos, que nunca teriam de outra forma.

"O facto de virem a um evento com esta importância, abre-lhes completamente os horizontes a nível do ensino superior", existindo, inclusive, casos de alunos que não queriam continuar os estudos, tendo entrado na universidade depois de participarem na mostra.

Segundo o presidente da Fundação da Juventude, Ricardo Carvalho, esta é a primeira vez que a mostra se realiza no Porto, havendo intenção de manter a edição de 2018 na cidade.

O responsável considera que a Mostra Nacional de Ciência permite aos jovens mudar a sua forma de pensar e reforçar o gosto por estas áreas, acreditando ainda que esta iniciativa possibilita formar uma nova geração de investigadores, cientistas e engenheiros.

Continue a ler esta notícia