Mipcom e como Gordon Ramsay prefere comparar os chefs ao desporto e não ao rock - TVI

Mipcom e como Gordon Ramsay prefere comparar os chefs ao desporto e não ao rock

  • Ricardo Tomé
  • 16 out 2017, 19:53
Gordan Ramsay no Mipcom

Reunindo milhares de profissionais do setor de todos os países, Portugal faz-se representar conjuntamente entre a TVI, a RTP, a SIC, o ICA e a APIT pelos produtores independentes

O MIPCOM permanece sem dúvida como o grande evento do ano na Europa onde se debate, compra, vende e se antevê o futuro do vídeo. Isso. Já não da TV, mas a palavra chave hoje é simplesmente o conteúdo, o vídeo. Para TV, para OTT, para plataformas sociais, transversal. Conteúdo que nos apaixona a todos.

Reunindo milhares de profissionais do setor de todos os países, Portugal faz-se representar conjuntamente entre a TVI, a RTP, a SIC, o ICA e a APIT pelos produtores independentes.

Um dos temas que volta a dominar o debate no Mipcom é qual a importância do conteúdo local contra o conteúdo global. Quando pensamos sobretudo nas novas plataformas, como o Netflix ou Amazon Prime, onde super produções como “House of Cards” (Netflix) ou “Top Gear” (Amazon), que papel têm estas produções megalómanas na força da subscrição e que força têm as produções locais, em cada país, nesse mesmo vetor? 

Sem dúvida, quer estejamos a falar de OTT como o ViaPlay na Suécia ou o Netflix em França ou na Alemanha, sem a combinação de ambos nenhum serviço é competitivo.

Aliás, esse mesmo tema foi debatido no principal auditório tendo como pano de fundo a plataforma MOVISTAR+ em Espanha, onde o investimento da Telefónica em conjunto com a Sky traz aos clientes espanhóis 12 produções originais por ano, precisamente uma nova todos os meses. Tudo escrito, produzido, filmado e protagonizado por talento local. A guerra no momento é precisamente pelo conteúdo, sendo o conteúdo local aquele que parece fazer o contrapeso com o conteúdo global e a sobrevivência de plataformas anexas aos operadores de telecomunicações.

Outro dos temas lançados, neste caso pela agência de entretenimento Dare.Win, foi a necessidade estratégica dos jovens na ativação de marcas de OTT, neste caso o próprio Netflix em França e de algumas das suas séries mais importantes; foi precisamente junto dos jovens que se conseguiu melhor ativar a Earned Media, a média que não é paga e que consegue fazer falar o produto para além da média que é paga, através de investimento publicitário. Se nos targets mais adultos a adesão é tímida, a repercussão consegue-se de forma muito mais forte nos mais jovens, que não receiam mostrar empenho e aumentar o share of voice de uma série, apelando, comunicando, fazendo parte ativa na Comunicação e tornando-se embaixadores. Mais do que produzir, a arte estende-se ao marketing, à promoção e ao envolvimento conseguido nas redes sociais como pilar e alavanca do próximo grande sucesso.

Em jeito de remate final, a presença muito aplaudida para o Keynote de Gordon Ramsay, o reconhecido chef mais famoso da tv a nível mundial e campeão de número de “F....” words usadas. Ramsay desmistificou os chefs realçando que não são estrelas de rock n ‘ roll e são muito mais estrelas de desporto, pois para aqueles 3 minutos de magia treinam horas e horas para tudo sair perfeito, só se conseguindo perfeição com treino e trabalho infindável, não havendo nenhum shot de inspiração divina - para ser compensador e sair bem é um trabalho tão intenso quanto de um ginasta olímpico. Palmas para o senhor que agora completa 25 anos desde que começou a lidar de perto com o meio dos Media.

Amanhã há mais.

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