Como o Facebook vai mudar o futuro - TVI

Como o Facebook vai mudar o futuro

  • Sofia Santana
  • 20 abr 2017, 12:45
Mark Zuckerberg

A conferência em que a empresa tecnológica apresenta anualmente os seus projetos, a F8, teve início nesta terça-feira em San Jose, na Califórnia. A grande aposta é a realidade aumentada

O Facebook vai apostar (quase) tudo na realidade aumentada. A conferência em que a empresa tecnológica apresenta anualmente os seus projetos, a F8, teve início nesta terça-feira em San Jose, na Califórnia, e Mark Zuckerberg já apresentou algumas das ideias que vão traçar o futuro da rede social. No futuro, poderá, por exemplo, deixar um bilhete virtual num restaurante ou ver televisão numa parede através de uma aplicação que lhe custa um dólar.

Porque uma imagem vale mais do que mil palavras, na era das redes sociais os utilizadores partilham cada vez mais vídeos e fotografias do que mensagens escritas. Assim, a câmara tornou-se numa das principais ferramentas de comunicação.

O Facebook sabe-o bem e, nos últimos meses, já introduziu uma série de alterações que deixaram em destaque o papel da câmara: criou as stories no Instagram e levou-as depois para o Messenger e para o próprio feed de notícias do Facebook.

Ora, o caminho a seguir é mesmo este:  “Vamos colocar câmaras em todo o lado”, frisou Zuckerberg, na conferência F8.

É isto, sim, mas muito mais: o Facebook quer dar o próximo passo e esse passo passa por utilizar a câmara para criar uma plataforma de realidade aumentada. Por isso, apresentou a Camera Effects Platform, uma plataforma onde programadores de todo o mundo poderão criar experiências de realidade aumentada.

No fundo, o objetivo é criar uma fusão do mundo real com objetos virtuais. Assim, no futuro será possível tirar fotografias ou fazer vídeos e adicionar elementos virtuais às imagens. Por outro lado, será possível fazer com que elementos virtuais interajam com o mundo real.

Estas ferramentas serão a base de uma série de possibilidades. Os utilizadores poderão, por exemplo, disputar jogos virtuais no espaço real (uma ideia que já vem por exemplo do Pokémon Go, um jogo que foi um verdadeiro fenómeno no ano passado) ou deixar lembretes virtuais no mundo real, seja um recado no frigorífico de casa ou uma sugestão no menu de um restaurante.

Zuckerberg foi mais longe e até deu o exemplo de que, no futuro, as pessoas poderão ver televisão digital numa parede, através de uma aplicação que poderá custar apenas um dólar.

Claro que uma das conclusões que se retira destes projetos é a de que o Facebook continua a atacar diretamente o Snapchat: uma empresa que se lançou na bolsa recentemente e que se define como uma plataforma de câmaras. Curiosamente, poucas horas antes do início da F8, o Snapchat apresentou a sua própria ferramenta de realidade aumentada: o World Lenses, que permite precisamente adicionar objetos 3D ao espaço real.

 

 

Spaces, o mundo virtual que é uma espécie de Second Life

Mas voltando às novidades do Facebook, a aposta na realidade aumentada não significa que a empresa tenha desistido de investir na realidade virtual. De resto, a tecnológica apresentou uma nova aplicação que permite aos utilizadores viverem aventuras num ambiente virtual.

A nova aplicação chama-se Spaces e faz lembrar o jogo Second Life. A ideia passa por reunir os amigos numa realidade paralela, onde cada utilizador tem o seu avatar.

O Spaces estará disponível para quem tiver Oculus Rift, um equipamento de realidade virtual que o Facebook comprou em 2013 por dois mil milhões de dólares.

 

Messenger: muito mais do que trocar mensagens

As novidades estendem-se também ao Messenger, a aplicação que permite a troca de mensagens instantâneas. Aqui, o objetivo é transformar a plataforma numa espécie de WeChat, uma aplicação de mensagens chinesa que é usada para muito mais do que trocar mensagens. Com o WeChat é possível, por exemplo, pagar contas, reservar restaurantes ou comprar viagens.

O Facebook, de resto, já está a investir na criação e no desenvolvimento de bots que permitem a realização de tarefas de forma automática, o que é um passo nesse sentido. A ideia passa por transformar o Messenger numa aplicação inteligente, que possa estar ligada a uma série de outros serviços.

Nos Estados Unidos, por exemplo, os utilizadores já podem enviar dinheiro através do Messenger. Um serviço que ainda não foi, porém, lançado internacionalmente.

 

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