Sonda Cassini intromete-se nos anéis de Saturno - TVI

Sonda Cassini intromete-se nos anéis de Saturno

  • 26 abr 2017, 20:31
Saturno - imagem da sonda Cassini

Será uma das últimas operações da sonda lançada há 20 anos. Combustível da Cassini, que está na órbita do planeta Saturno desde 2004, está quase a esgotar-se

A sonda espacial Cassini entrou esta quarta-feira na região, nunca antes explorada, que separa Saturno dos seus anéis, noticiou a agência Associated Press.

Contudo, só na quinta-feira se saberá o resultado da operação e se terá eventualmente os primeiros dados e imagens, quando voltar ao contacto com a Terra.

O contacto foi interrompido esta quarta-feira, uma vez que a antena do engenho foi manobrada de forma a proteger os instrumentos científicos de possíveis danos causados pelas partículas dos anéis.

Se sobreviver ao primeiro "mergulho" na zona que separa o planeta gigante gasoso dos seus anéis, a sonda irá repetir a operação mais 21 vezes, antes de entrar na atmosfera saturniana a 15 de setembro.

Combustível a esgotar-se

Lançada em 1997, a Cassini orbita Saturno desde 2004. Dado que o combustível da sonda está praticamente a esgotar-se, a agência espacial norte-americana NASA decidiu avançar com uma última, e arriscada, operação.

A equipa de cientistas na NASA espera obter informações sobre a estrutura interna de Saturno e a origem dos seus anéis, assim como imagens sem precedentes das neblinas do planeta.

Recentemente, investigadores anunciaram a descoberta, fruto de uma aproximação histórica da Cassini à lua Encélado, de moléculas de hidrogénio no oceano sob a sua superfície gelada, que foram geradas por reações hidrotermais, fornecendo uma nova pista sobre a habitabilidade do satélite natural de Saturno.

As moléculas de hidrogénio, tal como as de dióxido de carbono, também encontradas em Encélado, são consideradas ingredientes fundamentais para um processo conhecido como metanogénese, uma reação que suporta a vida de micróbios em ambientes submarinos profundos e escuros na Terra.

Quando entrar na atmosfera de Saturno, a sonda continuará a transmitir dados a partir de muitos dos seus instrumentos, nomeadamente sobre a composição da atmosfera, até à perda do seu sinal.

A sonda deve o seu nome ao astrónomo italiano Giovanni Cassini (1625-1712), que descobriu quatro luas de Saturno e observou a divisão de anéis do planeta, que demora 29 anos a completar uma volta ao Sol. A Cassini recolheu dados durante quase metade da órbita de Saturno.

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