A farmacêutica Pfizer anunciou esta quarta-feira que a vacina desenvolvida contra a covid-19 revelou uma eficácia de 100% nas crianças entre os 12 e os 15 anos. Este é um passo na direção de se poder começar a vacinação antes do regresso às aulas para o ano letivo de 2021/22.
A maioria das vacinas em aplicação no mundo destina-se a adultos, população que tem um maior risco de desenvolver complicações graves por covid-19.
Apesar desse cenário, a vacinação nas faixas etárias mais baixas pode vir a ser crucial para atingir a imunidade de grupo, pelo que as diferentes farmacêuticas encetaram estudos nos mais jovens.
Agora, e num estudo com 2.260 voluntários, que foi conduzido nos Estados Unidos, os primeiros dados mostram que não houve qualquer caso de covid-19 entre os adolescentes inoculados, enquanto que 18 jovens que levaram um placebo foram infetados com covid-19.
O estudo tem uma dimensão pequena, e ainda não foi publicado, mas os cientistas destacaram o claro fortalecimento do sistema imunitário dos voluntários vacinados. Os investigadores encontraram altos níveis de anticorpos, por vezes mais elevados que aqueles encontrados em jovens adultos.
Segundo a Pfizer, as crianças desta faixa etária desenvolveram reações à vacina semelhantes às dos jovens adultos, das quais se destacam febre, dores no corpo e algum cansaço, sobretudo depois de tomada a segunda dose.
Escreve a agência Associated Press que a Pfizer, em conjunto com a parceira BioNTech, vão pedir nas próximas semanas uma autorização para administração da vacina aos maiores de 12 anos nos Estados Unidos. Até agora, a Administração de Alimentos e Medicamentos aprovou o uso da vacina para maiores de 16 anos.
Partilhamos a urgência em expandir o uso da nossa vacina. A nossa esperança é começar a vacinação nesta faixa etária antes do início do próximo ano letivo", disse o diretor-executivo da Pfizer, Albert Bourla, em comunicado.
A Pfizer não está sozinha na busca de diminuir a idade de vacinação. São esperados para breve resultados de um estudo desenvolvido pela Moderna na faixa etária dos 12 aos 17 anos.
Além disso, o regulador norte-americano já deu autorização para que as farmacêuticas comecem estudos em crianças com menos de 12 anos, sendo que um deles inclui bebés de seis meses.
Também a AstraZeneca começou um estudo para aferir a eficácia da vacina em crianças entre os seis e os 17 anos, enquanto a Johnson & Johnson planeia estudos pediátricos para o mesmo efeito.
A vacina da Pfizer/BioNTech, baseada na tecnologia inovadora de RNA mensageiro (mRNA), foi a primeira contra a covid-19 aprovada no ocidente, no final de 2020.
Os Estados Unidos e a União Europeia autorizaram a utilização para as pessoas com 16 e mais anos.
Até agora, a vacina foi usada em milhões de adultos com mais de 65 anos.
Um estudo em condições reais realizado em 1,2 milhões de pessoas em Israel demonstrou uma eficácia de 94%.
As crianças são menos propensas a casos graves da doença, motivo pelo qual a vacinação não é prioritária neste momento.