Facebook acusado de identificar "jovens estúpidos" - TVI

Facebook acusado de identificar "jovens estúpidos"

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Relatório secreto divulgado por um jornal australiano revela como a rede social alegadamente explora as inseguranças dos adolescentes para facilitar práticas de publicidade predatória

O Facebook está sob fogo cerrado depois de terem surgido revelações de que está a rastrear jovens potencialmente vulneráveis que "precisam de um aumento de confiança" para facilitar as práticas de publicidade predatória.

Não é novidade que a grande fonte de rendimento da rede social são os anúncios. Com quase dois mil milhões de utilizadores a empresa de Mark Zuckerberg consegue com facilidade identificar padrões de comportamento e interesses para direcionar propaganda para o público-alvo mais interessado em certos produtos e empresas. A rede social é muitas vezes criticada por saber demais sobre os utilizadores.

A mais recente onda de críticas surgiu após uma reportagem do jornal The Australian, que revela o modo como o Facebook mostrou a um anunciante como atingir "jovens emocionalmente vulneráveis e inseguros".

O Facebook terá entregue um relatório secreto de 23 páginas a "um dos quatro bancos mais importantes da Austrália", escreve o jornal. Esse documento, elaborado por dois altos funcionários da empresa, identificados como David Fernandez e Andy Sinn, explica, em detalhe, como a rede social, através da monitorização de fotografias e posts em tempo real, identifica adolescentes com idades até 14 anos que se sentem "stressados", "derrotados", “estúpidos”, "exaustos", "ansiosos" ou “fracassados”.

Emoções de antecipação são mais comumente expressas no começo da semana, enquanto emoções relacionadas com uma reflexão crescem no fim de semana", refere uma passagem do relatório divulgado pelo The Australian. "Segunda e terça-feira são para construir confiança; o fim de semana é para transmitir conquistas", continua o texto.

Questionado pelo jornal australiano, o Facebook enviou primeiro um pedido de desculpas formal. A rede social garantiu ainda que vai abrir uma investigação e admitiu adotar medidas disciplinares, conforme necessário.

Mas, na segunda-feira, o Facebook enviou uma segunda nota ao The Australian, agora sem pedir desculpa nem falar em ações disciplinares, e descrevendo a reportagem como “enganosa”. A empresa negou ainda que tenha elaborado o relatório com o propósito de direcionar anúncios.

O estudo feito por um investigador australiano tinha como intenção ajudar comerciantes a entender como as pessoas se expressam no Facebook", lê-se na nota enviada pela empresa de Zuckerberg. "[Esse estudo] nunca foi usado para direcionar anúncios e baseava-se em dados anónimos."

O Facebook acrescentou que não oferece ferramentas para anunciantes direcionarem anúncios com base no estado emocional dos utilizadores, mas apenas com base em interesses genéricos. A empresa recusou-se a responder sobre se estudos semelhantes foram levados a cabo noutros países.

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