Justiça norte-americana ameaça dividir o império da Google - TVI

Justiça norte-americana ameaça dividir o império da Google

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Procurador-geral dos Estados Unidos afirma que a empresa vai continuar a agir de forma anticompetitiva a menos que seja travada

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos deu esta terça-feira entrada ao maior processo de direito de concorrência dos últimos 20 anos, sendo a Alphabet Inc's Google a empresa visada.

Segundo o documento assinado pelo procurador-geral norte-americano, a empresa utiliza o seu poder de mercado para afastar concorrentes. William P. Barr não descarta nenhum cenário e admite obrigar a tecnológica a dividir o império, que inclui, entre outras marcas, o Youtube.

O processo, que foi movido por 11 estados norte-americanos, só conhece comparação com os casos da Microsoft, em 1998, e da AT&T, em 1974, sendo que este último acabou por levar à dissolução do grupo.

A justiça norte-americana acredita que a Google atuou de forma ilegal para manter a sua posição como líder no mercado dos motores de busca e também nos anúncios colocados na Internet. Segundo o documento, "sem uma ordem judicial, a Google continuará a executar uma estratégia anticompetitiva, prejudicando o processo competitivo, reduzindo a escolha do consumidor e sufocando a inovação".

A queixa refere que a Google tem quase 90% de todas as pesquisas gerais em motores de busca nos Estados Unidos e quase 95% das pesquisas em dispositivos móveis.

O Departamento de Justiça afirma que está em causa o bem-estar dos consumidores norte-americanos bem como para dos anunciantes.

Ultimamente, os seus consumidores e anunciantes têm sofrido de menos escolha, menos inovação e preços menos competitivos. Assim, pedimos ao tribunal que quebre o controlo da Google sobre a distribuição de pesquisa", afirma a nota.

Em declarações reproduzidas pela agência Reuters, a Google fala num processo com "falhas profundas", acrescentando que as pessoas "usam a Google porque escolhem, e não porque são forçadas ou porque não encontram alternativas".

Este processo surge cerca de um ano depois de o Departamento da Justiça e a Comissão Federal de Comércio terem iniciado quatro investigações em relação a empresas tecnológicas. Além da Google, também a Amazon, a Apple e o Facebook estão sob alçada da justiça.

Já em 2019, a União Europeia multou a Goole em cerca de 1,4 mil milhões de euros por ter proibido vários websites de utilizarem outros motores de busca para encontrarem anunciantes. Antes disso, em 2017, a tecnológica foi multada em 2,2 mil milhões de euros por favorecimento ao seu negócio de comércio nas pesquisas, sendo que a maior multa, no valor de 4,1 mil milhões de euros, foi aplicada em 2018, na sequência de bloqueios a rivais no sistema operativo Android.

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