Parece uma repetição, uma vez que os investigadores têm vindo a afirmar que cada ano que passa é mais quente que o anterior, mas, depois de 2014 ter sido eleito como o ano mais quente de sempre, eis que os cientistas vieram alertar para um aumento das temperaturas, em 2015.
A OMM ainda só analisou os dados até outubro, mas garante que as temperaturas “estão bem acima” de qualquer outro valor registado noutro período de 12 meses. Para além disto, o período de cinco anos entre 2011 e 2015 foi também o que teve as temperaturas mais elevadas.
Valores que não surpreendem, depois dos cientistas terem afirmado que o inverno de 2014 foi o mais quente de sempre e de terem sido batidos recordes de temperaturas máximas, a nível mundial, primeiro em junho e depois em julho deste ano.
Os investigadores garantem que este aumento é uma combinação da presença do El Nino e do aquecimento global, provocado pela ação humana.
Os valores deste ano podem mesmo transpor o limiar simbólico de 1ºC em relação à era pré-industrial (1880-1899).
“O estado do clima global em 2015 vai ficar para a história, por diversas razões. 2015 vai, provavelmente, ser o ano mais quente de que há registo, com temperaturas da superfície dos oceanos nos valores mais altos, desde que começámos as medições. É provável que a barreira de um grau Celsio vá ser ultrapassada”, afirmou Michel Jarraud, da OMM, à BBC, acrescentando que “tudo isto são más notícias para o planeta”.
Outros investigadores apoiaram os resultados e afirmaram que as emissões de gases poluentes continuam a ser a principal fonte para o aquecimento global.
“A pegada ecológica que está a aquecer o planeta está a tornar-se visível em quase todos os países do mundo. 2015 não é só o ano mais quente dos últimos cinco anos, é o mais quente alguma vez registado. No Reino Unido, as temperaturas subiram 20% mais rápido que a média global. Podemos esperar que este ritmo mais acelerado continue, no futuro”, disse o cientista Ed Hawkins.
Os gases poluentes estão a aquecer a Terra, mas sobretudo o mar. Segundo a OMM, os oceanos têm absorvido 90% da energia que se acumulou no sistema climático, devido às emissões humanas.
E espera-se ainda que 2016 seja mais quente que 2015. Isto porque, de acordo com os investigadores, fenómenos com o El Nino têm mais impacto no segundo ano após o seu início.