Robô subaquático pode salvar a Grande Barreira de Coral - TVI

Robô subaquático pode salvar a Grande Barreira de Coral

  • CDC
  • 30 jan 2019, 18:04
Grande Barreira de Coral, na Austrália

Funciona de forma autónoma e pode recuperar recifes de coral por todo o mundo

As alterações climáticas e o consequente aquecimento dos oceanos é uma ameaça para a reserva global de recifes de coral. A Grande Barreira de Coral, na Austrália, está reduzida a metade, mas um grupo de investigadores de duas universidades australianas desenvolveu um robô subaquático que pode reverter a situação.

O LarvalBot foi desenhado para se mover de forma autónoma pelas zonas danificadas do recife, implantando centenas de milhares de microcorais.

A redução do número de corais significa que temos perdido a sua capacidade de reprodução rápida para estabelecer e restaurar as suas comunidades. A ideia aqui era usar uma tecnologia automatizada que nos permita levar microcorais para as zonas degradadas do recife”, disse à NBC News Peter Harrison da Universidade Southern Cross, na Austrália.

O robô foi testado pela primeira vez no recife de Vlasoff, na periferia da Grande Barreira de Coral, e lançou cerca de 100 mil unidades de microcorais, que os cientistas acreditam ser especialmente resistentes ao aquecimento das águas.

A equipa de investigadores espera que a versão futura do robô consiga dispersar milhares de pequenos corais e assim acelerar a recuperação dos recifes. Resta apenas saber se os corais se vão conseguir desenvolver.

Na verdade, não conseguimos ver os resultados desta experiência até os corais começarem a crescer, portanto daqui a seis ou nove meses”, afirmou o cientista.

O robô subaquático LarvalBot é baseado num outro robô, o RangerBot, cuja missão era a de "eliminar" uma espécie de estrela-do-mar que comia corais.

A equipa de cientistas espera desenvolver um conjunto de robôs LarvalBot que sejam capazes de recuperar os recifes do mundo inteiro.

Não se sabe qual é o custo do projeto e há quem questione a eficácia do LarvalBot como solução para um problema global como a morte dos recifes de coral.

A área de recife de coral morta é do tamanho do estado norte-americano de West Virginia. Agora, imaginem dividir este estado pelo oceano Pacífico inteiro. Devemos fazer tudo o que podemos pelos recifes, mas temos que ter em mente que este é um problema enorme comparado ao que estes robôs podem fazer”, referiu à NBC News Mark Eakin, membro de um programa de vigia dos recifes de coral, dos oceanos e da atmosfera (NOAA).

Segundo o investigador, salvar os recifes vai ser difícil, sobretudo quando a raiz do problema são as alterações climáticas.

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