"Video bloggers" chineses obrigados a registar-se com identidade real - TVI

"Video bloggers" chineses obrigados a registar-se com identidade real

«Internet Machine» (Reprodução Timo Arnall)

Norma força os autores de vídeos pessoais difundidos na Internet a solicitar licenças às autoridades antes de publicarem

Os produtores de vídeos pessoais difundidos na internet chinesa serão, a partir de janeiro, obrigados a registar-se com a identidade real antes de publicarem conteúdos, de acordo com uma nova regulação emitida pelo Ministério chinês da Cultura.

De acordo com a agência oficial Xinhua, a norma força os "vídeo bloggers" a solicitar licenças às autoridades e a "identificarem-se através de entrevistas ou videochamadas".

Os produtores estrangeiros que difundem vídeos na rede chinesa, assim como os oriundos de Macau, Hong Kong e Taiwan, devem pedir uma permissão especial, detalha a regulação, publicada depois de meses em que a censura chinesa tem atingido aquele tipo de conteúdos.

As plataformas que alojam os vídeos "devem supervisionar em tempo real as atuações e manter um registo" assim como estabelecer um mecanismo de "emergência", caso a emissão viole as normativas, e reportar às autoridades a infração. 

O Ministério chinês da Cultura anunciou também a criação de uma "lista negra" de 'vídeo bloggers' incumpridores, "visando assegurar o crescimento ordenado e saudável do setor".

Nos últimos meses, as autoridades cancelaram várias contas e detiveram alguns autores, argumentando que emitiam conteúdo "vulgar" erótico ou violento.

Em abril, a censura chinesa eliminou da Internet os vídeos da famosa blogueira Papi Jiang, que difundia vídeos onde descrevia situações do quotidiano na China, em jeito de crítica social, através de uma linguagem direta e mordaz.

Desde que ascendeu ao poder, em 2012, o Presidente chinês, Xi Jinping, apelou em várias ocasiões aos agentes culturais para obedecerem aos "valores socialistas" nas suas criações.

A mensagem traduziu-se num reforço da censura para níveis não vistos há décadas.

Nos últimos meses, as séries de televisão foram proibidas de incluir personagens homossexuais e vários jornalistas e editores de órgãos de comunicação chineses foram despedidos ou censurados por criticarem decisões do Governo, mesmo que de forma subtil. 
 

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