Cinco jovens cientistas portugueses em concurso da UE - TVI

Cinco jovens cientistas portugueses em concurso da UE

Laboratório [Foto: Reuters]

Estudantes participam com dois projetos, um sobre o uso das cascas de ovos biológicos para combater doenças como o raquitismo e outro sobre eventuais efeitos letárgicos de um medicamento

Cinco estudantes portugueses participam no concurso europeu de jovens cientistas com dois projetos, um sobre o uso das cascas de ovos biológicos para combater doenças como o raquitismo e outro sobre eventuais efeitos letárgicos de um medicamento.

Começa na quinta-feira, mais uma edição do European Union Contest for Young Scientists (EUCYS) que, este ano, se realiza em Bruxelas e conta com cerca de 150 jovens de 38 países, entre os quais se encontram duas equipas de cinco jovens portugueses, que se destacaram na 10ª Mostra Nacional de Ciência.

Alunos da Escola Secundária da Azambuja, Henrique Gonçalves e Margarida Sousa, ambos com 17 anos, e Nelya Kril, de 18, vão representar Portugal com um projeto na área da Química.

A partir do desenvolvimento de um suplemento alimentar rico em cálcio, os jovens cientistas procuraram demonstrar que os ovos podem ter um valor incontestável em países onde a malnutrição tem um impacto massivo.

Determinando a quantidade de cálcio biodisponível na casca de ovo, os cientistas desenvolveram um suplemento alimentar rico em cálcio, que supre as necessidades diárias de acordo com a idade.

“Mostramos que há claras vantagens em consumir ovos biológicos (de galinhas criadas ao ar livre) em vez de ovos de aviário. Além do respeito pelos animais, que todos devemos ter, as cascas dos seus ovos mostraram ter maior quantidade de cálcio biodisponível. Transformamos as cascas de ovos, resíduo até agora sem valor, num bem precioso no combate a doenças como o raquitismo e a osteoporose”, explicam os autores do projeto.

A comitiva portuguesa que estará nos próximos dias em Bruxelas conta ainda com a equipa de Carlota Andrade e Vasco Pereira, ambos com 17 anos, que desenvolveram o projeto “When memory flies away”.

Os dois alunos da Escola Secundária Júlio Dinis de Ovar, utilizaram moscas para testar os efeitos do Omeprazol na memória.

Segundo os autores do projeto “o Omeprazol pertence a um grupo de medicamentos chamados ‘inibidores da bomba de protões’. Foram publicados estudos que atribuem à ingestão prolongada deste fármaco, uma carência da vitamina B12 necessária para o desenvolvimento e manutenção das funções do sistema nervoso".

Para estudar os efeitos do Omeprazol na memória, os alunos utilizaram como modelo moscas que foram sujeitas a testes de memória sendo sujeitas a diferentes gamas de concentração de Omeprazol na forma pura e na forma comercial (Omeprazol Omezolan) durante 24 horas antes do início de cada teste.

"Foram realizados também testes de reprodução. Os resultados obtidos demonstram possíveis efeitos de letargia ou confusão induzidos pelo consumo deste fármaco”, concluem os jovens cientistas.

Durante os próximos dias, Bruxelas vai receber cerca de 150 jovens cientistas que vão apresentar projetos nas mais variadas áreas da ciência como seja Biologia, Ciências do Ambiente, Ciências Médicas, Ciências Sociais, Economia, Engenharias, Ciências da Computação ou Psicologia.

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