Descobertas bactérias “zombies” que vivem no subsolo da Terra - TVI

Descobertas bactérias “zombies” que vivem no subsolo da Terra

Bactérias

São milhões e milhões de organismos subterrâneos que, todos juntos, pesam centenas de vezes mais do que os humanos

Um grupo de mil cientistas descobriu que existem mil milhões de bactérias “zombies”, e outras formas de vida, a viver abaixo da superfície da Terra. Uma descoberta inédita na ciência, que exigiu 10 anos de pesquisa, e que pode mudar a nossa percepção da vida no nosso planeta.

A descoberta chamada “subterranean Galapagos” (Galápagos subterrâneos) foi anunciada, esta terça-feira, pelo DCO - Deep Carbon Observatory (Observatório de Carbono Profundo), que afirmou que muitos destes habitantes subterrâneos contam com milhões de anos de vida.

Durante muito tempo, os investigadores acreditavam que a vida na Terra se limitava à superfície dos continentes, mares, rios, oceanos, entre outros. Robert Hazen, diretor-executivo do DCO, diz que estas investigações servem exactamente para contrariar essa ideia. Têm como objetivo “abrir os olhos para visões marcantes – visões emergentes sobre vidas que nós nunca soubemos que existiam”.  Há a probabilidade de descobertas semelhantes noutros planetas, acrescentou.

A biomassa dos organismos do ecossistema é estimada entre 15 a 23 mil milhões de toneladas métricas (16,6 a 25,4 mil milhões de toneladas). Significa que é cem vezes maior que toda a espécie humana. Para além disso, compreende um volume de 2 a 2,3 mil milhões de quilómetros cúbicos, quase o dobro de todos os oceanos do planeta.

Existem milhões de bactérias diferentes, como a archaea (arquea em português) – que são micróbios sem núcleo ligado à membrana; ou como a eukarya (eukariota) – micróbios ou organismos com células que contêm um núcleo e têm paredes de membrana. Todos eles vivem nas profundezas da Terra e, possivelmente, até excedem a diversidade de vida da superfície, diz o estudo. 

Mitch Sogin, vice-presidente do DCO, disse que a descoberta foi como encontrar uma nova Amazónia.

Explorar o subsolo profundo é semelhante a explorar a floresta amazónica. Há vida em todo o lado, e em todos os lugares há uma inspiradora abundância de organismos inesperados e incomuns".

No entanto, esta abundância de vida superficial levantou várias questões. Uma delas é como é que este universo de bactérias surgiu, como sobrevive, e como se reproduz em condições extremas.

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