Internet: mulheres trabalham e homens divertem-se - TVI

Internet: mulheres trabalham e homens divertem-se

Índia lança um tablet «low cost» - EPA/STR

Estudo conclui que a diferença entre sexos também se revela online. Diz que há um «fosso digital»

As mulheres utilizam menos a Internet do que os homens e fazem-no sobretudo para trabalho e conexão social, ao passo que os homens diversificam e passam mais tempo ao computador para se divertirem e para consumo de informação.

A investigação conclui que apesar da diminuição da desigualdade entre géneros na sociedade portuguesa, esta ainda persiste no acesso à Internet e outras tecnologias de informação e comunicação (TIC), designada como «fosso digital».

Concretizando melhor, o que continua a impedir que as mulheres participem mais intensamente, quer enquanto produtoras como utilizadoras de conteúdos, é o facto de o ambiente tecnológico ter ainda uma conotação masculinizada, por um lado, e o de a mulher ter menos tempo disponível para essa actividade, fruto da sua «dupla jornada» de trabalho (emprego/casa), por outro.

Há mais mulheres com computador, mas com menos tempo para navegar

Há uma ligeira vantagem feminina na posse de equipamentos e serviços de Internet: 77,3% das mulheres declararam possuir computador portátil (contra 70,4% dos homens) e 99,5% afirmaram ter telemóvel (contra 97,1% dos homens). Mas, homens passam mais tempo na Internet: 9,4% das mulheres não usavam Internet versus 4% dos homens, enquanto que no universo dos «utilizadores muito frequentes» predomina o sexo masculino (55,7%) em relação ao sexo feminino (49,9%).

As principais actividades online realizadas por utilizadores do sexo masculino são o uso do correio electrónico (95,6%), o visionamento de vídeos (88,5%), a consulta de informação desportiva, cultural e de entretenimento (87,3%), duas delas fortemente ligadas ao lazer e a tempos livres.

Nas mulheres lidera também o correio electrónico (97,8%), mas seguido de actividades de carácter relacional, como os serviços de mensagens instantâneas (86,6%), e de carácter pragmático e estratégico, como a recolha de informação para realizar trabalhos escolares e profissionais (85,3%).

Outro estudo revela que mais de metade das mulheres portuguesas com mais de 66 anos nunca usou a Internet.

Estas conclusões constam de um estudo a que a Lusa teve acesso sobre «Questões de género na participação digital» da autoria do investigador José Azevedo, da Universidade do Porto, realizado no âmbito do Projecto Inclusão e Participação Digital e será apresentado esta sexta-feira na Conferência «Diversidade Digital», na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Foram realizados 893 inquéritos, dos quais 452 são indivíduos do sexo masculino e 441 do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 15 e os 87 anos.
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