Governo lança desafio para encontrar soluções para hidrogénio verde barato - TVI

Governo lança desafio para encontrar soluções para hidrogénio verde barato

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  • 26 jun 2020, 16:47
João Pedro Matos Fernandes

Ministro do Ambiente considerou que o hidrogénio vai ser um dos pilares na transição para uma economia descarbonizada até 2050 e lembra que a estratégia de aposta no hidrogénio não aterrou agora no seu ministério

O ministro do Ambiente e da Ação Climática desafiou esta sexta-feira a comunidade científica a desenvolver soluções para produzir hidrogénio verde e renovável ao mais baixo custo para Portugal se afirmar como um dos líderes mundiais.

Queremos mesmo criar condições para produzir muito hidrogénio, para produzir hidrogénio verde e renovável, queremos produzi-lo ao mais baixo custo possível e para isso precisamos de soluções e essas soluções só serão construídas com o vosso empenho”, disse João Matos Fernandes, dirigindo-se à comunidade científica presente no auditório do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEG), onde decorreu hoje a sessão de discussão da Estratégia Nacional para o Hidrogénio (EN-H2).

Matos Fernandes considerou que o hidrogénio vai ser um dos pilares na transição para uma economia descarbonizada até 2050 e lembra que a estratégia de aposta no hidrogénio não aterrou agora no seu ministério.

Esta estratégia do hidrogénio está longe, muito longe, de ser o filho bastardo que apareceu e que aterrou nas intenções do Ministério do Ambiente e da Ação Climática. Longe disso. Tudo começa com Portugal, antes de toda a Europa, ter dito que vamos ser o primeiro país a ser neutro em carbono no ano de 2050", declarou.

O governante realçou que Portugal foi "mesmo o primeiro país do mundo a afirmá-lo – em 2016 em Marraquexe pelo primeiro ministro, António Costa -, de maneira clara e evidente”, referindo que o projeto de Sines vai ser um “grande projeto para produzir hidrogénio verde com eletrólise feita a partir de água do mar”.

Mas, prosseguiu, espera que possam nascer em Portugal “outros projetos”.

Matos Fernandes considerou ser “particularmente relevante” para a EN-H2 “as tecnologias de produção”, “armazenamento”, “distribuição e abastecimento”, “transporte”, na injeção da rede de gás natural”, “construção de novas células de combustível, “novos materiais” e “novos processos”.

O ministro defendeu que a estratégia para a produção de hidrogénio verde passa pela “tecnosfera”, proteção da biosfera usando a tecnologia a favor da defesa do ambiente.

Temos que dar o salto para, não esquecendo nunca que o nosso fornecedor é a biosfera, tentarmos o mais possível ir trocando esse fornecedor por um outro a que eu chamarei de tecnosfera. A tecnosfera tem naturalmente como base o material que o nosso pródigo planeta nos disponibiliza, mas temos mesmo de saber construir uma grande camada tecnológica (…), para termos a certeza que utilizamos de forma parcimoniosa os bens da biosfera”, declarou.

Na sessão de discussão da EN-H2, Matos Fernandes alertou ainda a comunidade científica para pensar em soluções para o destino dos novos materiais que sejam criados para alcançar a meta da descarbonização até 2050.

Uma particular atenção e uma chamada de atenção para aquilo que são os novos materiais. Não tenho dúvidas em poder afirmar o meu receio dos novos materiais quando ao colocá-los no mercado não pensamos o que é que lhe vamos fazer quando eles acabam. É absolutamente fundamental saber o destino que vai dar aos novos materiais que sejam criados”, afirmou.

Segundo Matos Fernandes, o hidrogénio representará um papel “muito relevante em Portugal”.

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