Grande Barreira de Coral poderá nunca voltar a ser como era - TVI

Grande Barreira de Coral poderá nunca voltar a ser como era

  • SS
  • 16 mar 2017, 14:18

O chamado branqueamento dos corais, que foi influenciado pelo aumento de temperatura mundial, aconteceu com frequência desde 1990 na barreira que se estende por 2.300 quilómetros na costa leste da Austrália

A Grande Barreira de Coral, na Austrália, poderá nunca voltar a ser como era, mesmo que no prazo de dez anos recupere da morte em massa que ameaça o maior sistema de corais do mundo.

O chamado branqueamento dos corais, que foi influenciado pelo aumento de temperatura mundial, aconteceu com frequência desde 1990 na barreira que se estende por 2.300 quilómetros na costa leste da Austrália.

"É cada vez menos provável que os recifes recuperem completamente e regressem ao estado em que estavam antes do branqueamento em massa que começou no fim do século passado", disse à agência Efe o biólogo Sean Connolly, da universidade James Cook.

A recuperação parcial poderá acontecer dentro de uma década, se não acontecerem outros fenómenos mortíferos para os corais como ciclones ou doenças, admitiu.

O branqueamento é provocado pelo aumento da temperatura da água, que faz com que os corais expulsem algas microscópicas (zooxanthellae), que vivem em simbiose nos tecidos dos corais e que lhes proporcionam alimento através da fotossíntese.

O fenómeno matou no ano passado cerca de 22% dos corais da Grande Barreira, especialmente numa faixa de 700 quilómetros ao norte de Port Douglas, uma cidade na costa nordeste da Austrália.

Como as temperaturas aumentam constantemente, os corais deixam de ter tempo para recuperar.

A Grande Barreira é património da Humanidade e aloja 400 tipos de corais, 1.500 espécies de peixes e 4.000 variedades de moluscos.

Esteve prestes a ser considerado património ameaçado, mas o Governo australiano comprometeu-se a recuperá-lo até 2050, melhorando a qualidade das águas.

"O aquecimento global é a ameaça número um à Grande Barreira. O branqueamento de 2016 reforça a necessidade urgente de limitar as alterações climáticas, como concordaram os líderes mundiais na Cimeira de Paris", disse à Efe o biólogo marinho David Wachenfeld, da entidade que gere o parque da Grande Barreira.

Continue a ler esta notícia