Como a Covid-19 está a afetar a indústria dos encontros amorosos - TVI

Como a Covid-19 está a afetar a indústria dos encontros amorosos

Amor

Algumas aplicações passam por outras dificuldades, mas há quem tenha descoberto uma oportunidade de negócio

O ano de 2020 tem sido agridoce para a plataforma de encontros amorosos Tinder. Depois de um grande sucesso nos primeiros três meses, a aplicação começa a sentir os efeitos da pandemia de Covid-19.

Em conversa com a BBC, o diretor-executivo da empresa, Elie Seidman, revelou os altos e baixo sentidos nos últimos cinco meses. Só no dia 29 de março, os utilizadores do Tinder fizeram três mil milhões de swipes (valor recorde), uma das ações que permite avaliar outras pessoas presentes na aplicação.

Os dados apontam que entre meados de fevereiro e o fim de março, as conversações aumentaram em 12% no Reino Unido.

Depois dos resultados positivos, Elie Seidman fala numa "mudança dramática" no setor. Apesar de as pessoas passarem mais tempo nos telemóveis, grande parte delas tem menos dinheiro, uma vez que a pandemia trouxe um aumento do desemprego.

Ainda que o acesso ao Tinder seja gratuito, a empresa está muito dependente das contas premium para gerar lucro. Apesar de ter sido descarregada mais de 340 milhões de vezes desde 2012, a plataforma conta, sobretudo, com o pagamento de seis milhões de subscritores do serviço Tinder Gold, que custa 14,99 euros por mês

Os números de desemprego são difícies de ver. Estou preocupado com o que vai acontecer a nível económico e qual o impacto que isso vai ter em muitos dos nossos utilizadores", refere Elie Seidman.

À medida que o surto avançava, o número de subscritores começou a cair, nomeadamente depois das medidas de confinamento adotadas por vários países, como foi o caso de Portugal.

Em sentido inverso, a empresa voltou a sentir alguma retoma assim que foram anunciadas as medidas de desconfinamento.

Podemos ver o retorno estado por estado nos Estados Unidos, à medida que a crise começa a passar", afirma o diretor-executivo.

A situação é similar noutras plataformas que oferecem o mesmo tipo de serviço. No caso da aplicação The Inner Circle, a administração refere que já se nota um "ressurgimento da atividade". Apesar de haver mais mensagens e matches (utilizadores que se interessam mutuamente), o número de subscritores que pagam continua a descer.

Elie Seidman admite que possa ser necessário esperar dois a três trimestres para que se possa perceber o real impacto do novo coronavírus no Tinder.

Apesar das dificuldades da área, há quem tenha conseguido crescer proporcionalmente à pandemia, descobrindo uma oportunidade de negócio dadas as circunstâncias. O confinamento obrigatório levou a um grande decréscimo do contacto visual, mas as pessoas sentiram a necessidade de se continuarem a ver. De resto, o enorme aumento do tráfego na plataforma de reuniões Zoom é uma boa demonstração disso mesmo.

Com efeito, as plataformas eHarmony, OKCupid e Match, que também se destinam a encontros amorosos, dão conta de um aumento da utilização do serviço de vídeo.

Perante isto, o diretor-executivo do Tinder avançou que a empresa está a planear lançar o seu próprio serviço de vídeo já no mês de junho.

Este serviço vai operar numa política de opt-in, sendo que ambos os utilizadores têm de aceitar participar para que seja criada uma conversa por vídeo.

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