Covid-19: infetados podem estar sem sintomas durante cinco dias - TVI

Covid-19: infetados podem estar sem sintomas durante cinco dias

  • RL
  • 9 mar 2020, 21:53
Coronavírus

Estudo estima que o período mediano de incubação da Covid-19 é de 5,1 dias e que 97,5% dos doentes terão desenvolvido sintomas no prazo de 11,5 dias após a infeção

As pessoas infetadas com o novo coronavírus podem estar cinco dias sem sintomas, que na maioria dos casos acabam por surgir no espaço de 12 dias após a infeção, segundo um estudo esta segunda-feira divulgado.

Investigadores da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, nos Estados Unidos, analisaram notícias, relatórios de saúde pública e comunicados de imprensa de 50 províncias, regiões e países fora da cidade chinesa de Wuhan, epicentro da doença, para estimar a duração do período de incubação, o tempo da exposição e o início de sintomas do SARS-CoV-2, o vírus que causa a doença Covid-19.

Os investigadores encontraram informações sobre 181 casos confirmados com exposição identificável e informação sobre início de sintomas.

Com base nos dados disponíveis, foi estimado que o período mediano de incubação da Covid-19 é de 5,1 dias e que 97,5% dos doentes terão desenvolvido sintomas no prazo de 11,5 dias após a infeção.

“Estas estimativas implicam que, com pressupostos conservadores, 101 em cada 10.000 casos desenvolverão sintomas durante 14 dias de monitorização ativa ou quarentena, o que apoia as recomendações atuais” dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) para monitorizar ativamente os pacientes durante 14 dias após exposição assumida ao novo coronavírus, refere o estudo publicado esta segunda-feira na revista Annals of Internal Medicine.

Os autores alertam que, dadas provas recentes de transmissão do coronavírus por infetados ligeiramente sintomáticos e assintomáticos, o tempo da exposição ao aparecimento de infecciosidade (período latente) pode ser mais curto do que o período estimado de incubação, com significativas implicações para transmissão dinâmica.

Em dezembro de 2019, um conjunto de casos graves de pneumonia de etiologia desconhecida foi relatado em Wuhan, província de Hubei, na China.

Estes casos foram logo atribuídos a uma nova estirpe de coronavírus pertencente à mesma família do vírus que causa a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), a Síndrome Respiratória do Médio Oriente e os quatro coronavírus humanos associados à constipação comum.

A infeção com o vírus SARS-CoV-2 pode ser assintomática ou resultar em pneumonia leve a grave.

Os investigadores lembram que a compreensão atual do período de incubação para Covid-19 é limitada.

O surto de Covid-19 detetado em dezembro na China já provocou quase quatro mil mortos e infetou cerca de 113 mil pessoas em 101 países e territórios.

Portugal regista 39 casos positivos, informou a Direção-Geral da Saúde hoje ao final do dia.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para “muito elevado

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