Covid-19: Pfizer testa terceira dose da vacina para combater novas variantes - TVI

Covid-19: Pfizer testa terceira dose da vacina para combater novas variantes

  • Henrique Magalhães Claudino
  • 25 fev 2021, 17:48

Farmacêutica está em negociações com autoridades regulatórias e o primeiro estudo vai ser conduzido numa população de até 144 pessoas

A farmacêutica norte-americana Pfizer confirmou esta quinta-feira estar a testar uma terceira dose da vacina contra Covid-19 para entender melhor a resposta imunológica contra novas variantes do vírus.

De acordo com fonte da empresa, a Pfizer - em parceria com a BioNTech - está em negociações com autoridades regulatórias sobre o teste de uma vacina modificada para proteger especificamente contra a nova variante encontrada na África do Sul e em outros lugares, conhecida como B. 1.351.

A farmacêutica acredita que a atual vacina disponível no mercado - que é administrada em duas doses - funcionará contra a variante sul-africana, assim como aquelas detetadas no Reino Unido e em outros lugares. Porém, os estudos permitirão que os fabricantes estejam preparados se e quando mais proteção for necessária.

A taxa de mutações no vírus atual é maior do que o esperado”, admitiu o diretor científico da Pfizer, Mikael Dolsten, durante uma entrevista à Reuters, descartando a possibilidade de uma atualização anual da vacina.
 

 

Há uma probabilidade razoável de termos de atualizar as vacinas regularmente. Para vacinas potentes, pode ser que seja necessária uma atualização de poucos em poucos anos, mas não necessariamente a cada ano”, revelou Dolsten.

Na primeira fase do estudo, uma terceira dose de 30 microgramas será administrada a até 144 pessoas, que receberam a vacina 6 a 12 meses atrás no ensaio da Fase I para o desenvolvimento da vacina.

O ensaio não procurará medir a eficácia da vacina. Antes, irá medir a resposta dos anticorpos e estudar se o sangue dos receptores pode neutralizar as novas variantes do coronavírus.

Se se der o caso de uma aprovação regulatória, esta vacina redesenhada seria também testada como dose de reforço em pessoas que foram vacinadas, disse o diretor científico da Pfizer.
 

A Pfizer garantiu ainda que as vacinas de mRNA - caso da própria vacina da Pfizer e da Moderna, mas não a da AstraZeneca - criam uma resposta potente ao novo coronavírus, mas advertiu que a resposta imunológica pode diminuir com o tempo.

Dolsten acredita que uma terceira dose da vacina criará uma resposta semelhante ou melhor do que a segunda dose e pode mesmo vir a ser o próximo passo lógico para ficar à frente das variantes em circulação.

Acreditamos que a nossa vacina é eficaz contra todas as estirpes”, disse Dolsten, observando que as farmacêuticas “querem estar preparadas para todas as opções e orientadas por dados científicos”.

O novo teste provavelmente será conduzido predominantemente nos Estados Unidos e a farmacêutica adianta ainda que espera iniciar estudos em  crianças com idades entre cinco e 11 nos próximos meses, e em crianças menores de cinco anos mais tarde.

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