Descoberta a forma como o corpo humano combate o coronavírus - TVI

Descoberta a forma como o corpo humano combate o coronavírus

Covid-19: o efeito das células imunitárias nos pulmões

Avanço pode acelerar a chegada da vacina contra a Covid-19

As pessoas infetadas pelo novo coronavírus estão a recuperar da doença como se de uma gripe se tratasse. A conclusão é de um estudo feito por cientistas australianos, publicado esta terça-feira na revista Nature Medicine.

O trabalho baseou-se na observação de um paciente que tinha sintomas moderados da infeção, sem qualquer patologia prévia. Trata-se de uma mulher de 47 anos, de Wuhan, na China, que recorreu a um hospital na Austrália e que recuperou em 14 dias. Os cientistas notaram que, três dias antes da mulher começar a melhorar, foram detetadas na corrente sanguínea células específicas (do sistema imunitário), que são identificadas exatamente no mesmo período da infeção, também na corrente sanguínea, nos pacientes com gripe.

Esta descoberta é importante porque é a primeira vez que estamos realmente a entender como é que o nosso sistema imunitário luta contra o novo coronavírus",

disse à BBC Katherine Kedzierska, uma das autoras do estudo, sem esconder o entusiasmo da equipa de trabalho do Instituto Peter Doherty para a Infeção e Imunidade de Melbourne, que já foi elogiada por outros especialistas.

De acordo com Bruce Thompson, reitor da Faculdade de Ciências da Universidade de Tecnologia de Swinburne, também na Austrália, a nova descoberta pode ajudar a "prever o curso do vírus. Quando se passa a conhecer o momento em que as respostas do organismo ocorrem, é possível fazer uma previsão sobre em que ponto está a recuperação da infeção".

O próximo passo para os cientistas é perceber porque é que a resposta imune é mais fraca nos casos mais graves.

É fundamental agora perceber o que está a faltar ou o que é diferente nos pacientes que morreram ou que têm uma doença mais severa, para que possamos descobrir como os proteger",

rematou Katherine Kedzierska, também à televisão pública britânica.

O ministro da saúde australiano garante que a descoberta pode ajudar a acelerar o surgimento da vacina e dos tratamentos específicos para a Covid-19.

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