Astrónomos observaram ondas de lava na maior cratera vulcânica de Io, uma das luas de Júpiter, o maior planeta do Sistema Solar, revela um estudo que será publicado na quinta-feira pela revista científica Nature.
Uma equipa de astrónomos das universidades da Califórnia e da Virgínia, nos Estados Unidos, tirou partido de um raro alinhamento orbital, ocorrido a 8 de março de 2015, entre Io e Europa, outra das luas de Júpiter, para obter o mapa mais detalhado do lago de lava da maior cratera vulcânica em Io, a Loki Patera.
A lua Io é considerada o corpo celeste com mais atividade vulcânica do Sistema Solar.
Em 2015, Europa, a mais pequena das quatro luas de Júpiter descobertas pelo astrónomo Galileu Galilei, em 1610, passou em frente de Io, bloqueando gradualmente a luz da lua vulcânica.
A superfície de Europa é revestida por gelo, pelo que reflete muito pouco a luz solar no comprimento de onda infravermelho, permitindo aos astrónomos isolarem com precisão o calor emanado dos vulcões na superfície de Io.
Os dados no infravermelho indiciam, segundo um comunicado da Universidade da Califórnia divulgado esta quarta-feira, que a temperatura da superfície de Loki Patera aumentou constantemente de uma extremidade à outra e sugerem que a lava formou duas ondas, com cada uma a 'varrer' a cratera na direção de oeste para leste e a 'percorrer' uma distância de aproximadamente um quilómetro por dia.
A cratera Loki Patera tem cerca de 200 quilómetros de diâmetro.
As imagens de Loki Patera foram captadas pelo Grande Telescópio Binocular, instalado nas montanhas do Arizona, nos Estados Unidos.