Açores: depressão no oceano pode ter sido causada por meteorito - TVI

Açores: depressão no oceano pode ter sido causada por meteorito

Açores

Cientistas portugueses descobrem «ovo estrelado» com cavidade de seis quilómetros e ampla cúpula central

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Cientistas portugueses descobriram perto dos Açores uma depressão do fundo do Oceano Atlântico que acreditam ter origem no impacto de um meteorito, noticiou esta sexta-feira a estação britânica BBC News.

A cratera é relativamente circular, com uma cavidade com seis quilómetros de largura e possui uma ampla cúpula central, tendo sido denominada «Ovo Estrelado» devido à sua forma distintiva.

Caso se confirme que a sua origem resulta do impacto de um corpo exterior, estima-se que a colisão tenha provavelmente ocorrido nos últimos 17 milhões de anos, a provável idade máxima do fundo basáltico da rocha submarina onde está a cratera.

«Para ter a certeza, precisamos de retirar amostras e fazer um perfil das camadas sedimentares, para determinar se existe realmente uma elevação central decorrente de um impacto», explicou Frederico Dias, da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental Portuguesa (EMEPC).

«É também necessário analisar os sinais consistentes com um impacto a alta velocidade», pormenorizou, como a acumulação de materiais rochosos e a existência de fragmentos de rocha de forma cónica, que se formam a partir das altas pressões associadas a fenómenos vulcânicos e ao impacto de meteoritos.

O investigador descreveu este provável impacto no encontro de Outono da União Geofísica Norte-americana (AGU), a maior reunião anual de cientistas ligados às ciências da Terra, que termina hoje em São Francisco.

O «Ovo Estrelado» foi inicialmente identificado a partir de informação reunida numa investigação hidrográfica, em 2008. Uma nova acção, que decorreu entre Setembro e Novembro deste ano, confirmou a sua presença.

A depressão está localizada a dois quilómetros de profundidade e a certa de 150 quilómetros do arquipélago dos Açores.

A sua origem vulcânica parece improvável, pois os investigadores não conseguiram descobrir a presença de correntes de lava na estrutura ou nas suas imediações.

Uma terceira expedição à área vai avançar no início de 2010 e retirar amostras do solo oceânico para análise com o auxílio de um veículo operado remotamente.

A EMEPC foi criada em 2005 e é responsável pela realização dos estudos técnicos necessários à apresentação de uma proposta de extensão da plataforma continental de Portugal, para além das 200 milhas náuticas.
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