Varíola: cientistas alertam que doença pode voltar - TVI

Varíola: cientistas alertam que doença pode voltar

[Reuters]

Último caso conhecido foi na Somália, em África, no ano de 1977. Agora, 120 anos depois, os cientistas russos acreditam que o degelo no solo do Ártico pode originar uma nova libertação do vírus, já que muitas pessoas contaminadas com varíola foram enterradas naquele local

A varíola, uma doença responsável por milhares de mortes na década de 80, poderá voltar a surgir. O alerta é de cientistas russos, que explicam o ressurgimento da doença com o degelo acentuado que se faz sentir na Sibéria, onde foram enterrados muitos corpos contaminados com o vírus. 

Há cerca de 120 anos, a doença mais temida das populações era a varíola - que tem semelhanças com a varicela, mas é fatal. A doença espalhou-se por todo o mundo, mas foi eficazmente incidente na Sibéria, onde milhares de pessoas, mortas pelo vírus, foram enterradas na mesma região. 

O que está em causa é o local onde os cadáveres foram deixados. A pressa de isolar o vírus, fez com que as pessoas enterrassem os corpos no permafrost (pergelissolo), um tipo de solo característico do Ártico, que se mantém permanentemente gelado e composto por terra, rochas e sedimentos. 

No entanto, as alterações climáticas e o consequente degelo têm originado a erosão desse solo, podendo favorecer o ressurgimento de vírus, como a varíola, que estava há muito erradicado. 

De acordo com o The Independent, o alerta surge na sequência de um surto mortal, que matou uma criança, no último mês, e contaminou cerca de 24 pessoas, na península de Yamal, no norte da Rússia. 

Devido a este surto, também 2.300 renas perderam a vida. Por este motivo, os cientistas acreditam que o surto espalhou-se através do degelo, numa região em que o derretimento é três vezes maior do que nos outros locais. 

Segundo os especialistas, este poderá ser um aviso de que o "pior está para chegar", em relação ao ressurgimento de doenças que já tinham sido erradicadas há muito tempo.

Os cientistas também estão preocupados com a libertação de grandes quantidades de metano. No caso do permafrost continuar a sofrer erosão, é normal que elevadas quantidades deste gás sejam libertadas, favorecendo o aquecimento global, uma vez que o metano é tão prejudicial como o dióxido de carbono. 

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