Amazónia perde por dia uma área superior a mais de 2.000 campos de futebol - TVI

Amazónia perde por dia uma área superior a mais de 2.000 campos de futebol

  • SS
  • 22 nov 2019, 12:13
Maraba (Amazónia - Brasil)

A floresta brasileira está a desaparecer a uma velocidade como não se via há mais de dez anos. Os dados mais recentes mostram que a desflorestação aumentou 30% em relação ao ano anterior, o pior aumento em mais de uma década

Os ambientalistas vinham, há muito, a deixar alertas, mas agora, há números que o comprovam: a Amazónia brasileira está a desaparecer a uma velocidade galopante, como não se via há mais de dez anos. Os dados mais recentes indicam que, num ano, a floresta perdeu 9.762 quilómetros quadrados de vegetação.

Os números foram divulgados esta semana pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil e referem-se ao período entre agosto de 2018 e julho de 2019, incluindo, por isso, sete meses do governo de Jair Bolsonaro.

Os dados mostram que a desflorestação da Amazónia brasileira aumentou 30% em relação ao ano anterior, o pior aumento em mais de uma década. Para se ter uma ideia, em média, a área que desaparece por dia é equivalente a mais de 2.000 campos de futebol. 

É preciso recuar até 2008 para se encontrar uma desflorestação superior: nesse ano a área destruída foi de 12.911 quilómetros quadrados. Desde 2012, o aumento anual situava-se em cerca de 11,4%.

As informações divulgadas indicam ainda que cerca de 84% da desflorestação ocorreu em quatro estados: Pará, Mato Grosso, Amazonas e Rondônia. Só no Pará foram destruídos 3.862 quilómetros quadrados de floresta, o que representa cerca de 39,56% da área destruída.

As organizações ambientais apontam o presidente brasileiro como o principal culpado.

O projeto anti-ambiental de Bolsonaro eliminou a capacidade de combater a desflorestação, favorece os que cometem crimes ambientais e estimula a violência contra os povos indígenas", declarou Cristiane Mazzetti, da Greenpace. 

O World Wild Fund também notou que nunca foram aplicadas tão poucas multas ambientais como nos últimos meses.

O ministro do Meio Ambiente do Brasil, Ricardo Salles, que esteve na apresentação destes dados, atribuiu o enorme aumento da desflorestação à “economia ilegal”, numa referência às atividades ilícitas de mineradoras e madeireiras, que se apropriam das terras. Salles afirmou que é necessário criar oportunidades económicas sustentáveis na região. Ecologistas e empresários também defenderam que o desenvolvimento económico da Amazónia não é incompatível com a preservação ambiental.

Continue a ler esta notícia

EM DESTAQUE