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Nova esperança para os diabéticos

Diabetes

Investigadores da Universidade de Coimbra identificaram mecanismos de morte celular que desenvolvem a Retinopatia Diabética, doença que é a principal causa de cegueira a nível mundial na população adulta

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Um grupo de investigadores da Universidade de Coimbra identificou mecanismos de morte celular que desenvolvem a Retinopatia Diabética, doença que é a principal causa de cegueira a nível mundial na população adulta, refere a Lusa.

A descoberta abre caminho ao desenvolvimento de um novo fármaco para impedir os problemas de visão causados pela Diabetes, e travar esta doença neurodegenerativa antes de se revelar, revelou o coordenador da investigação, Paulo Santos.

«Esta descoberta representa um novo paradigma para esta área da medicina porque, até aqui, era assente que os danos na visão provocados pela Diabetes se deviam única e exclusivamente a alterações vasculares, no vaso da retina», refere uma nota de imprensa da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

A investigação, financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, prova que o fenómeno da morte de neurónios e consequentes problemas de visão provocados pela Diabetes é muito anterior às alterações nos vasos da retina, acrescenta.

«A doença perturba o funcionamento do ATP (a molécula que fornece energia e que funciona como neurotransmissor), o que gera a libertação de uma substância nociva responsável pela morte dos neurónios», explica Paulo Santos, docente do Departamento de Zoologia da FCTUC.

Ao descobrir e identificar os mecanismos ¿ refere ¿ «é agora possível desenvolver uma molécula capaz de bloquear a libertação dessa substância responsável pela morte das células, ou, em caso de libertação, anular a sua acção, sendo possível evitar ou retardar a perda das capacidades visuais dos diabéticos».

A metodologia aplicada na investigação, desenvolvida ao longo dos últimos três anos, envolveu testes in vivo (em modelos animais) e in vitro. Os investigadores induziram a Diabetes, isolaram a retina e estudaram todo o complexo processo até à morte dos neurónios.

«Esta pode ser uma das vias a utilizar para travar a propagação da doença. É uma porta que se abre», referiu o investigador à agência Lusa, salientando que se trata de uma patologia que é a principal causa de cegueira na população adulta mundial, e muito incapacitante mesmo que não chegue ao nível extremo.

Em Portugal ¿ acrescentou ¿ há cerca de 500 mil diabéticos, e a maioria deles desenvolvem a Retinopatia Diabética.
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