Ministro do Ambiente diz que redução de emissões de CO2 é resultado de políticas do Governo - TVI

Ministro do Ambiente diz que redução de emissões de CO2 é resultado de políticas do Governo

  • SL
  • 8 mai 2019, 19:05
João Pedro Matos Fernandes

Portugal teve no ano passado a maior redução de emissões de dióxido de carbono (CO2) na União Europeia e mais do triplo da média europeia

O ministro do Ambiente defendeu, esta quarta-feira, que a redução de emissões de dióxido de carbono conseguida por Portugal é o resultado de políticas aplicadas e que quem seguir esse caminho terá ganhos ambientais, mas também económicos.

Portugal teve no ano passado a maior redução (-9%) de emissões de dióxido de carbono (CO2) na União Europeia e mais do triplo da média europeia (-2,5%), segundo dados divulgados, esta quarta-feira, pelo Eurostat (estatísticas).

Em declarações à Lusa João Pedro Matos Fernandes garantiu que são números que mostram os “resultados consistentes” das políticas portuguesas e que quem liderar a transição para uma nova economia vai ter ganhos económicos, além dos ambientais. As emissões de CO2 aumentaram à escala global em 2018.

O ministro do Ambiente e da Transição Energética lembrou que o ano de 2018 foi também o ano do fim da isenção do Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) na produção de eletricidade através do carvão, outro passo para uma economia mais verde.

Inacreditavelmente ainda persistem na economia um conjunto de subsídios perversos à produção de eletricidade a partir de combustíveis fósseis, que este Governo está a acabar, e a começar a ter resultados positivos que resultam do fim dessa isenção”, precisou o ministro.

Afirmando que escolhe a ambição na luta contra as alterações climáticas, Matos Fernandes lembrou que Portugal foi o primeiro país do mundo a afirmar o objetivo de neutralidade em CO2 em 2050. “Nos diversos cenários que construímos aquele que mais garantias dá de sermos neutros é aquele em que a economia mais cresce”, disse.

Matos Fernandes reafirmou que há ganhos económicos na aposta da neutralidade carbónica, citou “progressos” do país em áreas como a mobilidade elétrica ou a promoção do transporte coletivo, e referiu que em dois meses será lançado um leilão para a produção e energia solar.

É que, justificou, devido à pouca água a energia hídrica representou até 30 de abril, 57% de um ano normal. Porque é necessário guardar a água para usos “mais essenciais”, a grande aposta vai ser a energia solar.

No ano passado, referiu Matos Fernandes, 55,3% da eletricidade veio de fontes renováveis, sensivelmente metade de hídricas e metade de eólicas, sendo o solar “incipiente”.

O ministro afirmou que em 10 anos a produção de energia solar terá de estar ao nível da eólica.

Portugal e outros sete países da União Europeia lançaram na terça feira um apelo no sentido de tornar mais urgente a luta conta o aquecimento global (no âmbito de uma cimeira europeia que vai decorrer em Sibiu, na Roménia), defendendo nomeadamente que pelo menos 25% das despesas do orçamento Europeu sejam para projetos destinados a lutar contra as alterações climáticas, e que o Banco Europeu de Investimentos (BEI) priorize projetos de investimento “verde”.

Matos Fernandes assegurou à Lusa que essa meta é mesmo possível e que o desejo de Portugal e dos restantes signatários é que 25% das verbas dos vários programas europeus sejam destinadas à ação climática.

Não apenas investimento público, mobilidade sustentável e adaptação às alterações climáticas, mas também “investimento de empresas”, salientou o ministro, precisando que nomeadamente “é preciso canalizar apoios a empresas para a eficiência energética”.

E depois, acrescentou Matos Fernandes, os bancos comerciais precisam também de “valorizar o portfólio verde dos seus clientes”.

Estamos a fazer isso, garantir que a banca, quando financia a economia, se preocupa em colocar uma cor nesses investimentos que financia”, disse o responsável, salientando que as companhias de seguros já estão muito avançadas no processo, porque têm a noção do risco climático, já que sobe a cada ano o que têm de pagar devido a questões ligadas ás alterações climáticas.

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