Ciência está mais perto de entender o funcionamento do Zika - TVI

Ciência está mais perto de entender o funcionamento do Zika

Lucas e Laura nasceram em novembro de 2015.

Investigadores identificaram duas proteínas que desempenham um papel fundamental na infeção das células do sistema nervoso pelo vírus

Investigadores anunciaram, esta terça-feira, ter identificado duas proteínas que desempenham um papel fundamental na infeção das células do sistema nervoso pelo vírus Zika, o que permite entender melhor os mecanismos da doença.

Uma equipa de investigadores do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica (INSERM) de França explicou que a proteína AXL, produzida pelas células do sistema nervoso chamadas células da glia, “facilita a entrada do vírus Zika no cérebro”, enquanto uma segunda proteína, Gas6, tem um papel de “mediadora” entre as partículas virais e as células da glia e permite a entrada do vírus nessas células .

As células da glia têm um papel essencial no sistema nervoso, assegurando a manutenção do equilíbrio de neurónios e a produção de mielina, que protege as fibras nervosas.

Além disso, ainda segundo os investigadores, num documento publicado hoje, a ativação da proteína AXL diminui a resposta imunitária contra o vírus Zika, favorecendo a infeção.

A infeção pelo vírus Zika é transmitida pela picada de um mosquito (“aedes”) ou por via sexual e em alguns casos pode ser responsável por doenças neurológicas e microcefalias fetais congénitas.

Segundo um balanço da OMS de outubro do ano passado, 73 países já foram afetados pelo vírus desde 2015, especialmente na América Latina e nas Caraíbas, onde foram reportados 21 casos de microcefalia supostamente devidos ao Zika.

Os resultados do estudo hoje publicados são “um passo importante na compreensão das complicações neurológicas da infeção”, segundo os investigadores.

De acordo com a OMS o vírus (que pode provocar sintomas como febre ligeira, erupções cutâneas, conjuntivite, dores nas articulações, mal-estar ou dor de cabeça) foi pela primeira vez identificado em macacos no Uganda em 1947 e depois 1952 já em humanos, no Uganda e na Tanzânia. O primeiro grande surto do vírus foi notificado em 2007 na ilha de Yap, na micronésia.

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