Covid-19: especialistas acreditam ter encontrado o primeiro medicamento que trata a doença - TVI

Covid-19: especialistas acreditam ter encontrado o primeiro medicamento que trata a doença

Infarmed está a acompanhar a situação e aguarda os resultados finais do estudo

Especialistas do Reino Unido acreditam ter encontrado o primeiro medicamento que combate eficazmente a doença Covid-19. Trata-se da dexametasona, que pertence à classe dos corticóide e pode ser encontrada facilmente.

Este medicamento é um dos seis aprovados pelo Recovery Trial da Universidade de Oxford para ensaios clínicos relacionados com o novo coronavírus. Os outros são o Lopinavir-Ritonavir (utilizado para tratar o HIV), Hidroxicloroquina (utilizada contra a malária), Azitromicina (antibiótico), Tocilizumab (anti-inflamatório) e plasma convalescente (obtido a partir de doentes que recuperarm de Covid-19).

Segundo o estudo, o risco de morte em pacientes com respiração assistida por ventilador cai mais de um terço. Relativamente aos que estão com oxigénio, o risco de morte cai quase um quarto.

À TVI, o Infarmed garantiu que está a acompanhar a situação, aguardando a publicação dos resultados do estudo na íntegra.

Os investigadores afirmam que, caso o medicamento tivesse sido utilizado desde o início da pandemia no Reino Unido, mais de cinco mil vidas poderiam ter sido salvas.

Este medicamento é utilizado para reduzir certas inflamações que se apresentam noutras patologias como artrite, reações alérgicas ou doenças autoimunes.

É precisamente neste último tipo de patologias que a dexametasona pode ser útil no combate à doença Covid-19, sobretudo para tratar as chamadas tempestades de citocina, que consistem numa reação exagerada do sistema imunitário quando tenta combater a doença. Foi o que aconteceu a Boris Johnson, que chegou a estar internado nos cuidados intensivos.

No estudo levado a cabo pela Universidade de Oxford, foi administrada dexametasona a cerca de dois mil pacientes. Os resultados foram comparados com outros quatro mil doentes que não receberam o medicamento, e os resultados são esclarecedores: diminuiu o risco de morte em pacientes com ventilação entre 28% a 40%, e nos pacientes a oxigénio entre 20% a 25%.

Este é o único medicamento que mostrou ser capaz de reduzir a mortalidade, e reduz significativamente. É uma grande descoberta", refere o investigador chefe do estudo, Peter Horby.

Para os responsáveis do estudo, o benefício da dexametasona é "claro", ao que se acrescenta o baixo custo, quando comparando com outros tratamentos. A administração do medicamento dura até 10 dias e custa cerca de seis euros por paciente. Segundo Peter Horby, existe ainda o benefício de esta substância estar disponível em quase todo o mundo.

O professor Martin Landray, o outro responsável pela pesquisa, afirma que este medicamento deve ser administrado a todos os pacientes internados o quanto antes.

Até ao momento, o único medicamento que provou ter algum benefício no tratamento da doença Covid-19 é o remdesivir, normalmente utilizado para tratar o ébola. O remédio já está a ser disponibilizado no Sistema Nacional de Saúde britânico.

Apesar dos bons resultados relativamente à redução dos sintomas e da sua duração, ainda não foi possível provar uma ligação entre o remdesivir e a redução da mortalidade em doentes com Covid-19.

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