Um robô a lavar a loiça?

O cientista japonês Kazuhiro Losuge, da Tohoku University, prevê que dentro de dez a 15 anos será criado um robô capaz de efectuar as tarefas domésticas do dia-a-dia, segundo disse esta segunda-feira à Agência Lusa.

Kazuhiro Losuge, que falava à Lusa margem da CLAWAR 2008, uma conferência internacional sobre robôs de andar e trepar, que começou hoje em Coimbra e decorre até quarta-feira, disse que «actualmente, no Japão, está a ser gasto muito dinheiro no desenvolvimento de robôs deste tipo».

Os chamados «robôs humanóides» são inspirados nos humanos e um dos desafios é possuírem a flexibilidade de movimentos semelhante à do corpo das pessoas e, segundo Kazuhiro Losuge, uma das metas perseguidas na área da robótica é a interacção entre robôs e o ser humano, nomeadamente para a concepção de robôs que consigam compreender o que se pretende que eles façam.

A concepção de robôs que serão uma espécie de «criados domésticos» é «um mercado enorme», sublinhou, acrescentando que «uma grande aplicação potencial são os robôs de serviços para ajudar pessoas idosas ou incapacitadas».

Existe já um pequeno aspirador que se move dentro de casa sozinho, sem assistência, designado «ROMBA», tendo sido vendidos até agora cerca de dois milhões de exemplares.

Exemplo da aplicação da tecnologia robótica é também a «PARO», uma foca bebé em peluche que mexe os olhos e emite sons, através de um dispositivo que reage a estímulos, usada no Japão e em hospitais de alguns países da Europa, na terapia de idosos.

«O exército americano está a utilizar robôs em cenários de guerra, como o Iraque, para investigar, por exemplo, edifícios, com o objectivo de minimizar [a perda de] vidas humanas, nomeadamente de militares», afirmou o cientista japonês, adiantando que os Estados Unidos utilizaram robôs nas operações de busca e salvamento nos edifícios atingidos pelos atentados de 11 de Setembro.