O gigante tecnológico Huawei assegurou hoje ter feito “contribuições substanciais” para o desenvolvimento do sistema operativo Android, garantindo que continuará a disponibilizar atualizações de segurança e serviços pós-venda a todos os seus equipamentos.
“A Huawei fez contribuições substanciais para o desenvolvimento e crescimento do Android. Como um dos seus parceiros chave globais, trabalhámos estreitamente com a sua plataforma de código aberto para desenvolver um ecossistema que beneficiou tanto os utilizadores como a indústria", refere a empresa chinesa num comunicado emitido após ter sido divulgado que a Google deixará de vender componentes e ‘software’ da marca.
A Huawei informa que continuará a fornecer atualizações e serviços pós-venda a todos os seus equipamentos, tanto “aos que já foram vendidos, como aos que ainda estão em armazém”.
A marca nega ainda que facilite a espionagem chinesa.
A Huawei, que usa o sistema operativo Android da Google é a segunda maior marca global de 'smartphones' em número de aparelhos vendidos, atrás da Samsung Electronics, da Coreia do Sul.
A tomada de posição da Google acontece poucos dias depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, ter declarado “emergência nacional” e proibido empresas norte-americanas de usarem equipamentos de telecomunicações de congéneres estrangeiras consideradas de risco, por poderem aproveitar vulnerabilidades nos serviços e infraestruturas do país para espionagem ou sabotagem.
Serviços básicos garantidos
A Google assegurou que os utilizadores dos 'smartphones' da Huawei vão continuar a ter os serviços básicos da empresa norte-americana apesar das restrições impostas.
A Google, uma unidade da Alphaber Inc., afirmou que está a cumprir e "a analisar as implicações" da exigência de licenças de exportação para vendas de tecnologia à Huawei Technologies Ltd.
O pedido da semana passada surge depois das acusações do governo dos EUA de que a Huawei, a maior fabricante de equipamentos de rede para empresas de telefones móveis e a segunda maior marca mundial de 'smartphones', é um risco para a segurança.
"Garantimos que, enquanto cumprimos todos os requisitos do governo dos EUA, serviços como o Google Play e a segurança do Google Play Protect continuarão a funcionar no seu dispositivo Huawei existente", afirmou o Google no Twitter.
For Huawei users' questions regarding our steps to comply w/ the recent US government actions: We assure you while we are complying with all US gov't requirements, services like Google Play & security from Google Play Protect will keep functioning on your existing Huawei device.
— Android (@Android) 20 de maio de 2019
A Google permite que os fabricantes de 'smartphones' utilizem o Android e os seus serviços básicos gratuitamente. Analistas do setor afirmam que isso significa que eles não seriam afetados pela restrição de vendas ou interação comercial.
A transferência de hardware, software ou serviços para a Huawei ou interação técnica com a empresa chinesa seria restrita pela ordem dos EUA na semana passada.
A ordem entrou em vigor na quinta-feira e exige a aprovação do governo para todas as compras de 'microchips', software e outros componentes dos Estados Unidos, globalmente, pela Huawei e 68 empresas afiliadas.
O governo dos Estados Unidos afirma que fornecedores chineses, incluindo a Huawei e a sua rival menor, ZTE Corp., representam uma ameaça de espionagem porque estão legalmente comprometidos com o Partido Comunista da China.
Mas as autoridades americanas não apresentaram provas de que algum equipamento da Huawei sirva como canal intencional de espionagem por parte de Pequim.