Antártida: condições ambientais «ameaçam» predadores de topo - TVI

Antártida: condições ambientais «ameaçam» predadores de topo

Antártida, Janeiro 2011- foto Reuters

Situação agrava, a sobrevivência de crias

Um estudo internacional, liderado pelo investigador da Universidade de Coimbra (UC) José Xavier, concluiu que «as muito rápidas mudanças ambientais que se têm vindo a registar» na Antártida ameaçam a sobrevivência de predadores de topo.

Os predadores de topo, como os albatrozes, «não são capazes de encontrar alimento suficiente num ano em que o Oceano Antártico está anormalmente quente», salienta a pesquisa, citada numa nota hoje divulgada pela UC.

A situação faz com que os filhos daqueles animais «morram de fome, pondo em risco a sobrevivência destes predadores de topo», caso estes anos se tornem mais frequentes, isto é, caso aumente a frequência destes «anos anómalos», em relação às condições climatéricas.

«O surpreendente deste estudo é a incapacidade de os albatrozes encontrarem comida a tempo de salvar os seus filhotes», sublinha o investigador, que admitia que os predadores de topo seriam capazes de «lidar com a falta do seu alimento preferido, podendo mudar para outro alimento facilmente».

Quando o Oceano Antártico começa a aquecer, os albatrozes «tentam ir para longe à procura de alimento alternativo, mas sem sucesso», acrescenta o investigador do Instituto do Mar da UC.

«A falta de flexibilidade de predadores do Oceano Antártico de se adaptarem às alterações ambientais» poderá pôr «em risco de sobrevivência» os predadores de topo, «caso aumente a frequência destes anos anómalos» naquela região, conclui o estudo.

Na investigação, financiada pela British Antarctic Survey e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), estão envolvidos, além de José Xavier, oito outros cientistas do Reino Unido, de França e da Alemanha.
Continue a ler esta notícia