Cientistas alteraram genes de um mosquito para disseminar genes antimaláricos - TVI

Cientistas alteraram genes de um mosquito para disseminar genes antimaláricos

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  • 14 abr 2021, 13:03
Laboratório do Instituto de Higiene e Medicina Tropical

Uma investigação que poderá ajudar a travar a malária

Um estudo publicado esta quarta-feira na edição científica “eLife” avaliou a alteração dos genes de um mosquito com vista à disseminação de genes antimaláricos na próxima geração da sua espécie, o que poderá ajudar a travar a malária.

Desenvolvido pelo Departamento de Ciências da Vida do Imperial College London, Reino Unido, o estudo visou a “conversão de genes endógenos do mosquito da malária em simples impulsos genéticos não-autónomos, para a substituição da população”.

O objetivo da investigação foi contribuir para o fim da malária, uma doença que em 2018, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atingiu 228 milhões de pessoas e matou cerca de 405 mil, principalmente na África subsaariana.

Os investigadores Astrid Hoermann, Sofia Tapanelli, Paolo Capriotti, Giuseppe Del Corsano, Ellen Masters, Tibebu Habtewold, George Christophides e Nikolai Windbichler alteraram os genes intestinais de um mosquito de forma a fazê-los espalhar genes antimaláricos para a próxima geração da sua espécie.

Apesar de reconhecerem que “as unidades genéticas para a substituição da população de mosquitos são instrumentos promissores para o controlo da malária”, os autores ressalvam que, atualmente, “não existe um caminho claro para testar com segurança tais instrumentos em países endémicos”.

A falta de promotores bem caracterizados para tecidos relevantes para a infeção, além de obstáculos regulamentares, são outros obstáculos à sua conceção e utilização”, apontados pelos autores no estudo, financiado pela Fundação Belinda e Bill Gates.

O que os cientistas exploraram foi a forma como as modificações genéticas mínimas dos genes endógenos dos mosquitos podem convertê-los diretamente em unidades genéticas não-autónomas, sem perturbar a sua expressão.

Mostramos pela primeira vez como os traços de condução genética sem marcadores podem ser construídos no mosquito da malária”, lê-se no artigo.

Ou seja, um dos genes funcionais do mosquito é utilizado e modificado para produzir as moléculas antimaláricas. Mas, mesmo que esta modificação seja transmitida à descendência do mosquito, isso só acontecerá a alguma da descendência dos mosquitos.

A malária é provocada por protozoários do género Plasmodium. O parasita é transmitido através da picada do mosquito (género Anopheles).

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