Há anticorpos capazes de tratar vários tipos de cancro no sangue, mostra investigação - TVI

Há anticorpos capazes de tratar vários tipos de cancro no sangue, mostra investigação

Sangue

Estudo aponta resultados promissores para o tratamento de doenças como linfoma ou mieloma múltiplo

A farmacêutica Roche anunciou ter encontrado anticorpos com potencial para tratar diferentes tipos de cancro no sangue. As conclusões preliminares foram apresentadas numa conferência virtual da Sociedade Americana de Hematologia, e mais tarde partilhadas pela empresa. As três investigações estão relacionadas com as células T, e mostraram uma "atividade encorajadora (no tratamento) de vários tipos de cancro no sangue", nomeadamente o linfoma.

As células T são as responsáveis por reagir a uma ameaça contra o corpo humano. O seu papel passa por, em conjunto, reagir a perigos como vírus, bactérias ou, neste caso, cancros, destruindo as células afetadas por estas condições.

Os dados sugerem que os anticorpos bi-específicos têm potencial em vários tipos de cancro no sangue, e encorajam uma maior exploração desta imunoterapia em diferentes pacientes e formas de tratamento", afirmou o responsável médico da Roche, Levi Garraway.

Os anticorpos em causa são mosunetuzumabe, glofitamabe e cevostamabe, responsáveis por uma dupla ação que ativa as células T, instruindo-as a combater as células cancerígenas. O método pressupõe que esses anticorpos se agarrem às células cancerígenas e também às células T, fazendo como que um ponto de contacto entre ambas, provocando uma reação imunitária.

Dois dos tipos de cancro no sangue que podem vir a ser tratados com este método são o linfoma não-Hodgkin e o mieloma múltiplo. No primeiro caso, aquela doença afeta as células T, também conhecidas por linfócitos, impedindo-as de reagir a uma ameaça ao corpo humano. Esta condição costuma afetar o organismo de forma generalizada, sendo portanto uma doença sistémica.

No caso do mieloma múltiplo, é um tipo de cancro associado à medula óssea, pelo que também se generaliza pelo corpo humano. A doença faz com que os plasmócitos se produzam em maior quantidade, produzindo imunoglobulina em excesso, impedindo o combate generalizado a infeções.

O linfoma e o mieloma múltiplo são cancros desafiantes de se tratar, sobretudo em pacientes que apresentam subtipos agressivos ou experienciam múltiplas sequelas, mas terapias como esta podem dar-nos novas opções para potencial o tratamento de pacientes", explicou Levi Garraway.

As investigações que estão em curso registaram ainda avanços no tratamento da hemofilia A, uma doença que também afeta a capacidade de coagulação do sangue, fazendo com que as pessoas sangrem durante mais tempo.

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