Pais podem sofrer de privação de sono durante seis anos - TVI

Pais podem sofrer de privação de sono durante seis anos

  • SS
  • 26 fev 2019, 14:27
Maternidade (foto: iStock)

E as mulheres são as mais afetadas. Novo estudo da Universidade de Warwick, do Reino Unido, monitorizou o sono de milhares de pais

Que os primeiros meses após o nascimento de um bebé significam noites mal dormidas para os pais não é propriamente novidade, mas um novo estudo vai mais longe e revela que a privação de sono dos progenitores pode durar cerca de seis anos, sendo que as mulheres são as mais afetadas.

O estudo, elaborado pela Universidade de Warwick, do Reino Unido, e publicado na revista científica Sleep, monitorizou o sono de milhares de homens e mulheres que decidiram constituir família na Alemanha.

Os participantes, 2.500 mulheres e 2.200 homens que decidiram ter filhos entre 2008 e 2015, foram questionados sobre a qualidade do sono à medida que a família ia aumentando.

Os cientistas concluiram que, no primeiro ano de vida do bebé, as mães dormem, em média, menos 40 minutos por noite, comparativamente com o que dormiam antes da gravidez.

A privação de sono é ainda maior nos três meses após o nascimento do bebé: as mulheres dormem menos uma hora em relação ao que costumavam dormir.

Ainda que as noites mal dormidas afetem também os homens, os efeitos são menores: mesmo durante os primeiros três meses de vida do bebé, os homens só perdem 13 minutos de sono.

 As mulheres tendem a sofrer mais com a privação de sono após o nascimento de uma criança, o que indica que as mães estão mais associadas ao papel de cuidador primário de um bebé do que os pais. Na nossa sociedade o mais comum é ser a mãe a levantar-se se a criança está a chorar. Certamente há casais onde é ao contrário, mas estes são uma minoria”, sublinhou a investigadora Sakari Lemola, autora do estudo, ao jornal The Independent.

O estudo refere ainda que a má qualidade do sono dos pais pode prolongar-se durante seis anos, sempre com as mulheres a serem as mais afetadas.

Os autores da investigação explicam que isto acontece porque, mesmo que as crianças deixem de chorar à medida que crescem, acordam frequentemente durante a noite, ficam doentes ou têm pesadelos e as preocupações dos pais em relação ao bem-estar dos filhos acaba por continuar a afetar a qualidade do sono.

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