Cancro: novos tratamentos e a contínua procura por uma cura - TVI

Cancro: novos tratamentos e a contínua procura por uma cura

  • Paulo Magalhães
  • 20 mai 2021, 21:03

O "Exclusivo" desta semana foi à Fundação Champalimaud ver o que está a ser feito na linha da frente da investigação

À espera da conclusão das obras do edifício destinado à investigação e combate ao cancro do pâncreas, prevista para o próximo mês de outubro, é na Fundação Champalimaud, em Lisboa, que tem vindo a trabalhar uma equipa chefiada pelo alemão Markus Mauerer, levando a cabo um estudo pioneiro que assenta na utilização as células do sistema imunitário do paciente oncológico na terapia do seu próprio tumor.

É um tratamento verdadeiramente “personalizado”, são retiradas em simultâneo amostras de tecido pancreático canceroso e de células T de um determinado indivíduo, sendo estas depois multiplicadas exponencialmente no exterior, fortalecidas, e de novo introduzidas por forma a obter uma maior eficácia na eliminação das células “más”.

É um tratamento ainda não validado pelas autoridades sanitárias e, por isso, ainda não aplicado na população.

Tal como a análise do ar expirado para rastreio do cancro de pulmão: o princípio é o mesmo do Teste do Balão para detetar excesso de álcool nos condutores ou da já aplicada utilização de cães para, através do faro, serem despistadas diferentes patologias – o ar expirado é recolhido durante cerca de 4 minutos e depois as diferentes moléculas que o compõem são analisadas, num método revolucionário, não invasivo, rápido e indolor.

Estas técnicas ainda experimentais podem servir para outros tipos de cancro, e assim é também para outro estudo, que em vez das tradicionais cobaias utiliza os populares peixes-zebra, à venda em todas as lojas de animais.

Na Fundação há dezenas de aquários e milhares de peixes destes, cujos embriões são injetados com células cancerosas, uma vez mais de um paciente determinado, e posteriormente tratados com diferentes tipos de drogas: a que for mais eficaz é depois usada no mesmo paciente, poupando-se assim muito tempo, um fator fundamental na terapia do cancro.

Ao contrário destas investigações, ainda à espera de homologação, a Radiocirurgia está já a ser utilizada há cerca de cinco anos – graças a uma equipa multidisciplinar que inclui médicos, físicos e matemáticos, entre outros especialistas, as sessões de radioterapia são mais direcionadas para o órgão a tratar, mais concentradas temporalmente e diminuindo os efeitos secundários do tratamento; é a chamada “cirurgia com rato”, uma vez que o computador é fundamental em todo o processo.

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