Quase 75% das famílias têm internet em casa - TVI

Quase 75% das famílias têm internet em casa

Internet [Reuters]

Inquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação pelas Famílias revela os hábitos particulares e empresariais em relação à internet

Mais de sete em cada dez famílias em Portugal têm ligação à internet em casa, um aumento de 20 pontos percentuais face a 2010, revelam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados.

Segundo os resultados do Inquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação pelas Famílias realizado em 2016, 74% das famílias em Portugal têm ligação à internet em casa, sendo que a maioria destes agregados acede á internet, através de banda larga.

Entre 2010 e 2017, o acesso à internet em banda larga a partir de casa aumentou 23 pontos percentuais, passando de 50% para 73%.

Os dados indicam que os níveis de acesso à internet e à banda larga são mais elevados nas famílias com crianças, situando-se nos 96% e 94%, respetivamente,

“As famílias sem crianças registam em geral proporções inferiores à média nacional (66% para o acesso à internet e 65% para o acesso através de banda larga), excetuando-se as famílias sem crianças compostas por três ou mais adultos, nas quais 87% têm ligação à internet e 85% têm uma ligação por banda larga”, refere o INE.

Em 2016, 74% dos residentes em Portugal, com idades entre os 16 e os 74 anos, referiram já ter usado a internet em algum momento, representando um aumento do indicador nacional em 20 p.p. face a 2010, e a redução do distanciamento face à UE-28 (de 19 p.p. em 2010 para 11 p.p. em 2015).

Tomando como referência uma utilização mais recente, 70% das pessoas, com idades entres 16 a 74 anos, disseram ter utilizado a internet nos três meses anteriores à entrevista.

Por nível de escolaridade, registam-se taxas de utilização da internet de 96% paras as pessoas que completaram o ensino secundário e de 98% para aquelas com o ensino superior (98%).

Os dados apontam também que a utilização da internet é uma prática generalizada entre os estudantes, e em 82% da população empregada. Relativamente aos desempregados, 68% referem utilizar a internet.

Os resultados revelam ainda que a proporção de utilizadores diminui significativamente com o aumento da idade. Em 2016, o grupo etário entre 45 e 54 anos registou pela primeira vez uma taxa de utilização superior à média nacional.

Encomendas pela internet mais frequentes

Relativamente às pessoas que fazem encomendas pela internet, 23% em 2016, os números revelam que este indicador tem vindo a aumentar desde 2010 (mais 13 p.p.), mas em ritmo inferior ao verificado para a proporção de utilizadores da internet.

A prática de fazer encomendas pela internet é a mais frequente para quem completou o ensino superior (53%) e para utilizadores com idades entre os 25 e os 34 anos (44%).

De acordo com o inquérito, os equipamentos mais utilizados para aceder à internet são o telemóvel/smartphone (78%) e o computador portátil (73%).

Em 2016, 72% dos utilizadores acederam à internet em mobilidade, contra 35%, em 2012.

Segundo o INE, cerca de metade (49%) dos utilizadores disponibilizaram na internet informação de caráter pessoal.

A Área Metropolitana de Lisboa é a região que apresenta as taxas de utilização mais elevadas no país, com 82% de utilizadores da internet e 31% de pessoas que efetuam encomendas pela internet.

Quase metade das empresas comunicam através das redes sociais 

Quase metade das empresas portuguesas com dez ou mais trabalhadores usam as redes sociais para comunicar com clientes, fornecedores ou parceiros de negócio, mais sete pontos percentuais do que em 2015.

O Inquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação nas Empresas, realizado junto de uma amostra de 3.421 firmas de diferentes setores de atividade, indica que 45% das empresas utilizam comunicações digitais, enquanto em 2015 apenas 38% o faziam e em 2014 não ultrapassavam os 30%.

As redes sociais, como o Facebook ou o Linkedin, foram indicadas por 96% das empresas que utilizam aplicações baseadas na Internet ou plataformas de comunicação, sendo a utilização de sites de partilha de conteúdos multimédia (Youtube, Flickr, Picasa, etc.) referida por 36% das empresas (28% em 2015) e os blogs ou microblogs (Twitter, Present, etc.) por 17% (13% em 2015).

Em 2016, 64% das empresas já tinham página na Internet (mais três pontos percentuais do que no ano anterior), mas ainda assim longe da média europeia (75% em 2015).

Já no que diz respeito à utilização de banda larga móvel, Portugal está entre os países europeus com maior taxa de utilização (70%, mais dois pontos percentuais do que em 2015), ficando acima da média dos 28 países da União Europeia (65%).

Só 25% das empresas portuguesas indicaram que acediam à Internet através de banda estreita, como modem por linha de telefone analógica ou RDIS ou ligação móvel através de telemóvel.

No que diz respeito ao acesso em banda larga por ligação móvel (por tecnologia 3G – terceira geração móvel - ou superior), 61% das empresas referiram o telemóvel, PDA ou ‘smartphone’ e 52% o computador portátil (por exemplo, ‘laptop’ ou ‘notebook’).

Segundo os dados do INE, 18% das empresas compraram serviços de computação em nuvem (‘cloud computing’), uma proporção que aumenta com a dimensão da empresa, sendo referida por 44% das companhias com mais de 250 funcionários.

O tipo de serviço mais comum é o correio eletrónico (78%), seguindo-se o armazenamento de ficheiros (49%) e ‘software’ de escritório (36%).

O comércio eletrónico aumentou, sendo praticado por 19% das empresas (14% em 2015).

De acordo com o inquérito, 41% das empresas enviaram faturas eletrónicas para outras empresas ou entidades públicas, mas menos de metade em formato adequado ao processamento eletrónico.

A análise de ‘Big Data’ (grandes quantidades de dados produzidos com elevada velocidade através de uma grande multiplicidade de fontes) foi apontada por 13% das empresas: 57% disseram ter usado a geolocalização de dados de dispositivos portáteis, 54% dados gerados a partir de meios de comunicação digital, 28% dados da própria empresa a partir de sensores ou dispositivos inteligentes e 20% outras fontes não especificadas.

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