Crianças portuguesas na net: «Baixo uso, algum risco» - TVI

Crianças portuguesas na net: «Baixo uso, algum risco»

Computador (arquivo)

Relatório apresentado em Londres

Portugal é classificado como um país de «baixo uso, algum risco» no acesso das crianças à Internet, no relatório da Comissão Europeia EU Kids Online, que está a ser apresentado em Londres.

O relatório UE Kids Online, a que a agência Lusa teve acesso, é um projecto de investigação da responsabilidade do Programa Internet Segura da Comissão Europeia baseado na Escola de Ciências Políticas e Económicas de Londres. Foram entrevistadas mais de 25 mil crianças e respectivos pais por toda a Europa, com o objectivo de perceber onde estão os riscos e as oportunidades na Internet.

Os resultados deste relatório, levado a cabo durante o ano de 2010 com entrevistas presenciais a crianças e jovens entre os nove e os 16 anos, estão a ser apresentados em Londres num seminário sobre «Crianças, riscos e segurança online: Investigação e desafios nas políticas numa perspectiva comparativa».

Nesse relatório, 25 países são agrupados em matéria de risco como «baixo uso, baixo risco», «baixo uso, algum risco», «elevado uso, algum risco» e «elevado uso, elevado risco», sendo que Portugal é integrado no grupo «baixo uso, algum risco».

Este grupo diz respeito aos «países que têm o uso mais baixo da Internet, apesar de haver algum uso excessivo e alguns problemas com a produção de conteúdos», e inclui, além de Portugal, a Irlanda, Espanha e Turquia.

No grupo de maior risco estão os países nórdicos e da Europa de Leste.

Um dos riscos apontados no relatório relaciona-se com o acesso a imagens sexuais e nessa matéria, no conjunto dos 25 países, Portugal aparece quase na base da tabela com 13 por cento das suas crianças a terem visto imagens em sites e 15 por cento a terem visto ou recebido imagens sexuais.

«A exposição das crianças a conteúdos sexuais é mais elevada nos países nórdicos e em alguns países do leste europeu; as crianças reportam menos exposição nos países do sul da Europa e em países predominantemente católicos», lê-se no relatório.

Entre as crianças que viram conteúdos sexuais, 40 por cento dos pais ignoravam esse facto e entre as que já tinham recebido imagens sexuais 52 por cento dos pais desconheciam. Nos dois casos é mais comum entre os pais de raparigas ou crianças mais novas.

O relatório revela que 60 por cento dos jovens entre os nove e os 16 anos acedem à Internet diariamente, contra 33 por cento que só o faz semanalmente, mas apenas 49 por cento dos pais navegam online todos os dias, sendo que 24 por cento nunca usa a internet.

«Nos países onde os pais usam diariamente a Internet, maior é a probabilidade de que as crianças também o façam e vice-versa», refere o relatório.
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