O Twitter é viciante e há uma explicação científica para isso - TVI

O Twitter é viciante e há uma explicação científica para isso

Twitter (Reuters)

Um estudo de uma empresa de pesquisa de mercado mostra como a rede social trabalha para fazer os utilizadores sentirem uma conexão pessoal com o serviço

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O Twitter tem uma capacidade de «viciar» os utilizadores acima de qualquer outra atividade na internet. A Neuro Insight, uma empresa de estudo de mercado, levou a cabo uma pesquisa científica que analisa a ligação dos utilizadores a esta rede social e avança com algumas explicações.
 
A Neuro Insight analisou a atividade cerebral de 114 voluntários utilizadores do Twitter enquanto utilizavam a rede social através dos tablets, dos computadores ou mesmo dos telemóveis. O estudo comparou ainda a atividade cerebral destes internautas enquanto usavam o Twitter e enquanto faziam qualquer outra utilização da Internet. Os investigadores encontraram uma atividade mais marcante nas áreas do cérebro responsáveis pela excitação emocional, sentimentos de relevância pessoal e memória.
 
A excitação emocional, por exemplo, está ligada à metade direita da parte de trás do cérebro. Quando utilizavam o Twitter para postar mensagens, os voluntários tinham uma atividade nesta zona do cérebro 75% superior à média de qualquer outra atividade online. Mesmo quando só estão a ler posts de outras pessoas, os utilizadores do Twitter tem uma resposta cerebral nesta zona do cérebro superior em 64%.
 
«A maneira que as mensagens são entregues produz uma resposta emocional forte. As mensagens são muito curtas e direcionadas, muito imediatas», explica Heather Armstrong, CEO da Neuro Insight.
 
O Twitter influencia também a memória, não no sentido que a sua utilização será memorizada, mas será arquivado pelo cérebro na memória de longo prazo e surgirá se houver algo que o despolete. «O uso ativo do Twitter impulsiona 56% mais a codificação da memória do que a média dos outros sites», diz o estudo.
 
As conclusões do estudo já foram entretanto colocadas em causa. O jornal britânico «The Guardian» cita o neurocientista Niall Moore, que lança dúvidas sobre a investigação, considerando que «não se trata de um estudo científico». «A metodologia não foi revista e não é claramente explicitada. Como sou muito cético em relação a tudo, acho que estão a fazer reivindicações muito irrealistas», considerou o neurocientista.
 
Em todo o caso, o estudo tem relevância, sobretudo ao nível de eventuais anunciantes, que veem nesta capacidade de retenção na memória de longo prazo por parte do Twitter um enorme atrativo em termos de investimento publicitário. Afinal, qual é a marca que não quer ficar o mais tempo possível na memória dos seus clientes ou potenciais clientes?
 
Mas há ainda outras potencialidades que podem ser vistas nos resultados deste estudo. Nomeadamente ao nível do ensino, com os professores a alterarem a utilização que fazem da rede social para fazer passar conteúdos. 
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