Análise à urina poderá detetar cancro na próstata - TVI

Análise à urina poderá detetar cancro na próstata

  • PD
  • 3 abr 2017, 16:39
Próstata

Investigadores inspiraram-se na capacidade dos cães detetarem cancros na próstata pelo cheiro da urina. Nova técnica pode reduzir necessidade de biópsias

O cancro da próstata, um dos mais comuns nos homens, poderá vir ser detetado com um equipamento que "cheira" os compostos químicos da urina, evitando o procedimento invasivo das atuais biópsias, defende um estudo agora divulgado.

No âmbito de um encontro da Sociedade Americana de Química, que decorre até quinta-feira em San Francisco, nos Estados Unidos, o investigador principal do projeto, Mangilal Agarwal, explicou que o estudo surgiu na sequência de outro publicado em 2014, no qual se indicava que os cães poderiam detetar o cancro da próstata com mais de 97% de precisão.

A equipa de Agarwal já estava a trabalhar num projeto para detetar hipoglicemia, baixa concentração de açúcar no sangue, através da respiração, usando cães treinados para o efeito. Entretanto, começou a investigar que moléculas os animais poderiam detetar no cancro da próstata.

Uma forma de se saber se um paciente sofre de cancro da próstata é através de uma biópsia, um procedimento doloroso ao qual milhares de homens se submetem todos os anos, sendo que a maioria não tem a doença.

Segundo os cientistas foram feitos progressos para minimizar biópsias desnecessárias identificando moléculas associadas ao cancro da próstata, que poderão ser detetadas através da urina e de sensores químicos.

Se os cães podem cheirar o cancro da próstata, nós também seremos capazes de o fazer”, disse Amanda Siegel, que, tal como Agarwal, pertence ao Instituto Integrado de Desenvolvimento de Nano-sistemas da Universidade de Indiana, Estados Unidos.

Para detetar que moléculas presentes na urina poderão indicar cancro da próstata, os investigadores colheram amostras de 100 homens submetidos a biópsias à próstata.

Identificaram então um pequeno grupo de moléculas que aparecem em 90% das amostras de urina de pacientes com cancro e que não estavam presentes nas amostras das pessoas sem a doença.

A equipa quer agora fazer testes em larga escala em centros de saúde.

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