Facebook promete mais atenção aos ataques às mulheres - TVI

Facebook promete mais atenção aos ataques às mulheres

Anúncio de mudanças no Facebook [Reuters]

Associações feministas pediram à rede social que deixasse de tolerar as mensagens que aplaudem comportamentos agressivos contra a mulher

O Facebook reconheceu esta terça-feira a sua falta de supervisão sobre conteúdos que promovem a violência contra a mulher na sua rede social e prometeu soluções em resposta a um boicote publicitário promovido por grupos feministas.

Num texto publicado na sua página Facebook Safety, a empresa admite que os seus «sistemas para identificar e eliminar discursos de ódio não têm funcionado» como deveriam, em particular «no que se refere à violência de género».

«Em alguns casos, o conteúdo não é apagado tão rápido como gostaríamos. Em outros, o conteúdo que deveria ser eliminado não foi ou foi avaliado com critérios desfasados», segundo indicou a vice-presidente da Política Pública Global do Facebook, Marne Levine.

O Facebook reiterou a sua vontade de continuar a fomentar a liberdade de expressão na sua rede social, apesar de reconhecer que deve prestar mais atenção ao que publicam os seus mais de 1.000 milhões de utilizadores.

«Precisamos de melhorar e iremos fazê-lo», disse Levine.

A decisão do Facebook ocorre depois de, no passado dia 21, diversas associações terem enviado à direção da rede social uma carta aberta em que pediam que deixasse de tolerar as mensagens que aplaudem comportamentos agressivos contra a mulher.

Nessa missiva, anunciava-se uma campanha para dar a conhecer aos anunciantes para que deixassem de publicitar-se no Facebook até que a equipa de Mark Zuckerberg reagisse.

«Os participantes enviaram mais de 60.000 tweets e 5.000 mensagens de correio eletrónico e a nossa coligação cresceu até superar a centena de grupos a favor da mulher e organizações de justiça social», assegurou hoje a Women, Action & the Media, em comunicado citado pela Lusa.

No total, 15 empresas aliaram-se ao boicote do Facebook, algumas de grande dimensão como a Nissan no Reino Unido.

As organizações queixavam-se de o Facebook alojar páginas como «violar com violência a tua amiga só para te rires», «Violar a tua noiva e muitas, muitas más», permitindo ainda fotografias de mulheres a serem atacadas, feridas, maniatadas, drogadas e a sangrar.

«Proibimos conteúdo considerado danoso de forma direta, mas permitimos conteúdo que é ofensivo ou controverso», clarificou Levine, apontando que o Facebook também condena o «discurso do ódio» no qual se inclui a violência do género.

O Facebook elencou uma série de medidas de aplicação imediata para «assegurar que tal não volte a suceder na comunidade» de utilizadores, as quais passam nomeadamente por rever as diretrizes para avaliar os conteúdos, atualizar a formação das suas equipas que filtram conteúdos nocivos e expor a identidade real de quem utiliza o Facebook para incitar ao ódio.
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