Grupo de cidadãos vai vigiar sites que apelam ao suicídio

A Coreia do Sul é o país industrializado com a taxa mais elevada de suicídios. Segundo os últimos dados recolhidos pelo governo deste país, 40 pessoas acabam com as suas vidas por dia. Para contrariar este número preocupante, a Câmara da capital tem uma nova estratégia.

Segundo a agência Yonhap News, foi criado um grupo de 100 vigilantes para «controlar blogs, portais e redes sociais e procurar sites com incitamentos aos utilizadores para cometerem suicídio».

O grupo será constituído por especialistas em saúde mental, mas também por cidadãos sem qualquer formação clínica.

As comunidades na Internet que incentivam ao suicídio estão a crescer nos últimos anos na Coreia do Sul. De acordo com a YTN News, no ano passado existiam cerca de 8500 páginas na web deste género. Nestes sites, são partilhadas dicas sobre métodos de suicídio e são combinados suicídios em grupo.

Segundo o anúncio feito esta quinta-feira pela autarquia de Seul, se a equipa de vigilantes encontrar um site destes, avisará os centros de prevenção do suicídio da cidade, que iniciarão uma investigação e várias diligências de imediato.

Os últimos dados da OCDE revelam que 31 em cada 100 mil sul-coreanos acabaram com as suas vidas em 2010.

Os especialistas atribuem a culpa à alta competitividade nas escolas e nos empregos, à exagerada importância dada à aparência e ao prestígio, e ao estigma de procurar ajuda psiquiátrica.

«Desde a infância, a importância do dinheiro e da realização pessoal é enfatizada pelos pais, por isso as crianças pensam que, a não ser que tenham boas notas e um bom emprego, não têm sucesso e os pais comportam-se como se não fossem seus filhos», explicou à BBC o psicólogo infantil Kang-ee Hong.