Aqui há "gato", grande e preto. E foi uma sorte encontrá-lo - TVI

Aqui há "gato", grande e preto. E foi uma sorte encontrá-lo

  • 13 fev 2019, 12:40

Zoológos conseguiram confirmar a existência de um leopardo negro em África. Há um século que um exemplar não era fotografado no continente

Correção ao título: em bom rigor, há "gata", grande e preta, porque se trata de uma jovem fêmea de leopardo, negra, que foi filmada e fotografada no Quénia, algo que, segundo o biólogo Nick Pilfold, não acontecia em África desde 1909.

Uma equipa do jardim zoológico norte-americano de San Diego, na Califórnia, conseguiu o feito de descobrir a jovem fêmea após meses de espera na reserva de Loisaba, em Laikipida, no Quénia, com câmaras apontadas em locais estratégicos a gravar durante dias.

Até esta altura, segundo relata o site da revista National Geographic, apenas um único avistamento de um leopardo negro fora confirmado, com uma fotografia de 1909, tirada em Addis Abeba, na Etiópia, e armazenada nas coleções do Museu Nacional de História Natural, em Washington, nos Estados Unidos.

Cria preta e mãe banal

A explicação para a pelagem negra da jovem fêmea deve-se ao melanismo, o contrário do albinismo, de forma simples, o escurecimento de tecidos orgânicos provocado pela produção excessiva de melanina.

Sucede que nas filmagens conseguidas pela equipa do San Diego Zoo, o animal preto segue atrás de uma fêmea adulta, com a pelagem normal de qualquer leopardo, presumindo-se que sejam mãe e cria e que a coloração invulgar não teve impacto na ligação familiar, segundo observou Nick Pilfold à National Geographic.

Existem nove subespécies de leopardos, habitando desde África até o leste da Rússia. E estima-se que 11% dos leopardos vivos são afetados pelo melanismo, segundo o biólogo, sendo que a maioria é encontrada no sudeste da Ásia, onde as florestas tropicais oferecem uma abundância de sombra.

Por isso, presume-se que o melanismo fornece uma camuflagem adicional nesses habitats, dando aos felinos predadores uma vantagem quando caçam, segundo Vincent Naude, coordenador de um projeto sobre a espécie para a organização sem fins lucrativos Panthera.

Os nossos leopardos vivem em ambientes tipo savana. Ter este melanismo não lhes dará uma vantagem adaptativa", diz Naude à National Geographic, inferindo-se daí que, em África, a presença de animais com a pele negra é assim mais rara.

Aqui fica o vídeo da fêmea de leopardo negro, filmada pelos cientistas do San Diego Zoo. 

 

 

 

 

Continue a ler esta notícia

Mais Vistos