“A ideia de que as falsas notícias no Facebook influenciaram, de alguma maneira, as eleições é uma ideia descabida”, afirmou Mark Zuckerberg, quinta-feira, numa conferência sobre tecnologia, na Califórnia, Estados Unidos.
A vitória de Donald Trump, frente a Hillary Clinton, nas eleições norte-americanas de 8 de novembro, apanhou muitos de surpresa. Enquanto se procuram explicações para a escolha feita nas urnas, alguns parecem já ter encontrado os responsáveis pela eleição, inesperada, de Trump como o novo presidente dos Estados Unidos.
Eli Pariser, co-fundador e chefe executivo da Upworthy, presidente da MoveOn.org, co-fundador da Avaaz.org e autor do best-seller “The Filter Bubble”, foi um dos nomes que publicamente apontou o dedo ao Facebook.
Mark Zuckerberg diz mesmo:
“Quem acredita nisso ainda não interiorizou a mensagem que os apoiantes de Trump estão a tentar passar nestas eleições”
Há dados que indicam que as “falsas notícias” foram mais partilhadas e visualizadas que as notícias “verdadeiras” que as corrigiam. Numa época em que o Facebook surge como a principal fonte de informação dos utilizadores, este facto tem preocupado todos os que trabalham no meio. A própria rede social dirigida por Mark Zuckerberg tem tentado, no último ano, controlar o fluxo de “falsa informação”.
Recorde-se que em agosto o Facebook despediu os funcionários responsáveis pela edição do algoritmo que ditava os feeds no mural. Logo nos primeiros dias choveram críticas por que o resultado ficou aquém das expetativas. Foi precisamente nessa altura que aumentaram as notícias falsas nos feeds da maioria dos utilizadores.
Durante a conferência na Califórnia, Mark Zuckerberg questionou de forma retórica, por exemplo, “o que leva os utilizadores a acreditar que só existem histórias falsas sobre um candidato e não sobre o outro?”
Já em relação ao tipo de informação que surge nos feeds de cada um, e dessas publicações serem um espelho daquilo que o utilizador pensa e procura, criando aquilo que já foi descrito como “bolhas”, o criador do Facebook minimiza o seu impacto.
Até porque, apesar de todos terem muitos “amigos” com pensamentos similares, a rede social descobriu que há sempre alguém nos contactos que tem opinião diferente, independentemente da matéria em causa.