Web Summit: a traição do wi-fi de Paddy Cosgrave e os cientistas rock stars - TVI

Web Summit: a traição do wi-fi de Paddy Cosgrave e os cientistas rock stars

Conferência de tecnologia, inovação e empreendedorismo recebe mais de 50.000 participantes, de mais de 165 países, incluindo mais de 20.000 empresas, 7.000 presidentes executivos e 700 investidores.

Depois de cerca de 3.000 pessoas terem ficado à porta do Meo Arena e falhado a cerimónia de abertura da Web Summit por terem chegado demasiado tarde ao evento, outro incidente dominava as atenções dos milhares que conseguiram lugar: uma falha na ligação wi-fi do fundador da iniciativa em pleno palco.

"Quando vos pedi para chegarem mais cedo para arranjar lugar [na Web Summit] ninguém acreditou. Estão 3.000 pessoas lá fora que não conseguiram chegar a tempo e acompanham o evento em 'streaming' através de ecrãs", disse o presidente executivo e fundador da Web Summit, Paddy Cosgrave.

Perante um Meo Arena com 15 mil pessoas, Paddy Cosgrave pediu a todos os presentes para fazer do seu telemóvel um meio de transmissão do arranque do evento para quem ficou de fora, sobretudo "amigos e familiares de todo o mundo".

Cosgrave tentou exemplificar um tutorial sobre o live streaming na rede social Facebook, mas o seu telemóvel não respondeu à velocidade exigida num evento de tecnologia, como provou a imagem do equipamento projetada em dois ecrãs gigantes do palco central.

"Vamos tentar mais tarde", disse Cosgrave, enquanto mensagens e contactos seus pessoais apareciam perante milhares de pessoas.

E assim foi, o 'patrão' da web Summit numa nova subida ao palco voltou a tentar, sendo desta vez bem sucedido e pedindo um aplauso para a operadora de telecomunicações Portugal Telecom, responsável pela infraestrutura de 'wi-fi' do Meo arena, explicando que tinha estado ligado a uma outra rede móvel, que não esta.

"Quero agradecer à Portugal Telecom, peço um forte aplauso. Obrigada Portugal Telecom por fazer funcionar o wifi", afirmou, acrescentando "desejo melhor sorte para a Vodafone na próxima vez", desvendando assim o nome da operadora.

 

Problemas de rede na meca da tecnologia

 

Em declarações à agência Lusa, fonte oficial da Portugal Telecom também afirmou que "a questão foi alheia à PT" e que "a primeira tentativa de ligação foi feita através de uma rede móvel de outro operador que não o Meo".

"Na segunda tentativa ligando-se a rede de wi-fi implementada no Meo Arena, o acesso feito foi bem sucedido, tendo conseguido navegar normalmente", disse a mesma fonte.

Paddy Cosgrave aproveitou uma nova ocasião para reforçar o apelo aos participantes para que cheguem cedo ao recinto.

"A minha mensagem e o meu forte conselho para toda a gente que vem amanhã [terça-feira] e para os que querem estar cá é que venham cedo, para os outros não se preocupem que vamos por tudo 'online' mais tarde", disse, já depois de ter adiantado que também está montado no exterior um grande ecrã em 'streaming'.

Na sua primeira intervenção, o fundador voltou a falar sobre o espírito da cidade de Lisboa, que classificou "como único", e sublinhou a participação de mais de 53 mil pessoas na edição deste ano da Web Summit, a primeira em Lisboa, lembrando que há seis anos na sua Dublin natal só conseguiu mover 450 pessoas.

"Isto é completamente louco, quando começámos, 450 pessoas apareceram, ou seja, as duas ou três primeiras filas que temos aqui hoje", comparou Paddy Cosgrave, deixando "uma palavra final" para o facto de esta também ser a primeira edição sem a sua mulher, mãe há três semanas. Ficou apenas por revelar o nome da bebé que não podia deixar de estar relacionado com a terminologia 'tech': a 'Cloud'.

 

Empreendedores e cientistas portugueses são as novas rock stars

 

O secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, afirmou hoje que empreendedores e cientistas portugueses passaram a ser estrelas 'rock' que pisam o palco do Meo Arena, graças à realização da Web Summit em Lisboa.

Na cerimónia de abertura da conferência de tecnologia e empreendedorismo, o governante explicou ao fundador do evento e aos 15 mil que encheram a plateia que até agora só tinha assistido naquele local a concertos de música.

“As estrelas 'rock' são agora empresários e cientistas portugueses por tua causa”, afirmou o governante, dirigindo-se ao fundador do evento, Paddy Cosgrave.

Os dois estavam em cima do palco principal da Web Summit, para o qual Paddy convidou também os 150 líderes de 'startups' portuguesas presentes no evento.

Primeiro, Paddy sugeriu que os empreendedores se levantassem no meio da plateia para logo depois os convidar a subir ao palco, mesmo colocando-se “questões de segurança” e “demorassem o tempo, que demorassem”.

“A minha equipa vai matar-me”, brincou.

Palavras especiais foram também dirigidas pelo ‘patrão’ da cimeira a Jaime Jorge, líder da portuguesa Codacy, que venceu em 2014 a Web Summit.

A apresentação do português, sobre o seu serviço que deteta automaticamente erros e outras falhas em código informático deixou impressionado Paddy que quis saber: “o que afinal se passava em Portugal”.

 

“Pai” da Web Summit recebe chave da cidade de Lisboa

 

O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, emprestou hoje a chave de honra da cidade ao fundador da conferência de tecnologia Web Summit, Paddy Cosgrave, um “gesto simbólico” que visa demonstrar a abertura e tolerância da capital.

“É um gesto simbólico que quer retratar bem o que é hoje a cidade de Lisboa: uma cidade aberta, tolerante, que acolhe a diversidade, quer dar as boas-vindas a todos, para que todos possam aqui construir o seu potencial, para que possam ter aqui a sua oportunidade”, disse Fernando Medina, em declarações aos jornalistas no final da cerimónia de arranque da Web Summit, na qual ofereceu a chave a Paddy Cosgrave.

Relacionando a homenagem com a atualidade mundial, Fernando Medina vincou: “Num mundo tão conturbado como aquele em que vivemos, em que somos confrontados com notícias sombrias, seja da saída da Inglaterra da União Europeia, seja do que se está a passar na Hungria e nas eleições norte-americanas, a mensagem mais forte que podemos trazer é que Lisboa é diferente e se preza pela abertura, pelo acolhimento da diversidade, […] que não diferencia em função da religião e da etnia”.

Já referindo-se à conferência de tecnologia, que decorre em Lisboa até quinta-feira (dia até ao qual está emprestada a chave da cidade a Paddy Cosgrave), o autarca socialista salientou que “a Web Summit tem uma importância grande para a cidade e para o país”.

“São dezenas de milhares de empresas e investidores das maiores empresas do mundo que estão por cá nestes dias”, assinalou Fernando Medina, falando em “mais oportunidade de investimento para a cidade e para o país, mais oportunidades para as empresas e para as ‘startups’”.

Além disso, o evento significa “mais oportunidades para que possamos mostrar a cidade e o país como um país aberto, cosmopolita, já com os elementos da modernidade tão importantes […] para as novas tecnologias”, adiantou.

Na sua ótica, esta primeira edição do evento (que fica na cidade por, pelo menos, três) é “o início de uma relação”, que será “aproveitada ao máximo” pelo município para “mudar a face da economia”.

Já intervindo na cerimónia, que decorreu no Meo Arena, no Parque das Nações, Fernando Medina revelou esperar que os empreendedores “se sintam em casa”, convidando-os a viver e trabalhar na cidade.

Socorrendo-se da linguagem habitual do setor, o autarca defendeu ainda que “Lisboa não precisa de ‘pitch’ [pequena apresentação que os empreendedores fazem dos seus negócios], porque tem um ‘pitch’ próprio”, evidenciado através de locais como o Bairro Alto.

A Web Summit é uma conferência global de tecnologia, inovação e empreendedorismo que decorrerá até quinta-feira, onde são aguardados mais de 50.000 participantes, de mais de 165 países, incluindo mais de 20.000 empresas, 7.000 presidentes executivos e 700 investidores.

Entre os oradores, estarão os fundadores e presidentes executivos das maiores empresas de tecnologia, bem como importantes personalidades das áreas de desporto, moda e música.

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