44 mil telemóveis desactivados contra o crime

A medida que está a ser implementada por governos um pouco por todo o mundo para combater o crime organizado, e que visa levar os utilizadores de telemóveis com cartões pré-pagos a saírem do anonimato, não tem tido grande adesão no México. Até 15 de Março de 2010, e quando falta menos de um mês para expirar o prazo de um ano dado pelo governo, apenas foram registados 38,9 milhões de telemóveis de um total de 83,5 milhões a operar no país. O governo mexicano ameaça agora desactivar os 44,6 milhões de aparelhos restantes, cujos donos ainda não se identificaram.

«Até 10 de Abril de 2010, todos os telemóveis que existem no país - sem assinatura pré ou pós-paga - deverão constar do Registo Nacional dos Utilizadores das Telecomunicações Móveis (Renaut)», recorda em comunicado a Comissão Federal de Telecomunicações. «Caso contrário, as linhas serão cortadas sem nenhuma responsabilidade por parte do fornecedor do serviço», advertem as autoridades no mesmo comunicado, citado pelo jornal espanhol «El País».

Há um ano, o governo mexicano começou a pedir aos utilizadores dos telemóveis que efectuassem o registo. Tudo para evitar extorsões, sequestros e outros delitos através do uso de telemóveis.

De acordo com o Conselho mexicano para a Lei dos Direitos Humanos, entre 2001 e 2007, na Cidade do México, houve uma média de 200 extorsões via telefone por dia, das quais em 37% dos casos houve pagamento de resgate. Onze meses depois do aviso das autoridades, apenas 46,5% dos aparelhos foram registados juntos das autoridades.

A confirmar-se a desactivação dos 44 mil telemóveis não identificados, a medida do governo para combater o crime organizado vai causar milhões de prejuízos às operadoras. O «El País» refere que a Telcel, Telefónica, Iusacell-Unefon e Nextel deverão perder 6900 milhões de pesos (400 milhões de euros) por mês. Além disso, a penetração das telecomunicações móveis no México deverá cair para níveis de há cinco anos, passando de 78% para menos de 50%.